Quem está habituado a estas andanças da campanha, já sabe que se há frase que os políticos ouvem é o típico: «Vão mas é trabalhar». Geralmente, o candidato sorri e segue em frente, mas há dias e dias, e candidatos e candidatos. Passos Coelho já é conhecido pela espontaneidade com que às vezes responde a quem o interpela e não consegue mesmo esconder alguma ironia na resposta.
Foi o que aconteceu este sábado de manhã. O candidato acordou cedinho para ir «feirar» a Pevidém, Guimarães, onde já tinha andado Nuno Melo a representar o CDS e além dos beijinhos, cumprimentos e piropos, trouxe mais um episódio.
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«Umas galochinhas para ir para o campo com uma enxada. É o que vocês precisam», disse uma vendedora de galochas ao líder do PSD. «Trabalhinho, trabalhinho. Nós queremos é trabalho. Vocês fazem é só borgas», continuou.
«A senhora trabalha com uma enxada? Tenho pena de não lhe poder oferecer uma para poder dizer aos outros», respondeu-lhe, irónico, Passos Coelho.
«Nós queremos trabalho. Há dez anos que estou desempregada. Deviam ter vergonha», continuava, exaltada a mulher.
Passos Coelho não resistiu e lá lhe saiu: «Uma enxadazinha também lhe fazia bem. Fazia bem», repetiu enquanto se afastava.
O staff da campanha tentou afastá-lo, mas o candidato garantiu: «A gente tem de responder também à malta. Não podia ser de outra maneira».
Episódio passado, Passos Coelho continuou a percorrer a feira, por entre barraquinhas, vestidos «da moda» pendurados, toalhas e edredons que pendiam da cobertura das tendas e iam despenteando o (sempre penteado) cabelo.
Depois a caravana seguiu rumo¿ a outra feira. 50 quilómetros depois, em Celorico de Basto, Passos Coelho foi recebido por uma animada comitiva, encabeçada por um noivo. «Vou casar às 4 da tarde», contou um homem a Passos Coelho. «Trate bem a sua mulher», aconselhou o candidato.
Bem tentámos entrevistar o noivo, mas a recusa foi imediata: «Eu não quero dar entrevistas porque a minha mulher não sabe que eu estou aqui», confidenciou.
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