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CDS: José Paulo Carvalho, Mota Campos e Tábita Mendes demitem-se

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Nas próximas semanas «perto de uma centena» de militantes deverá sair do partido

Um grupo de militantes do CDS-PP, entre os quais o deputado José Paulo Carvalho, Mota Campos e a ex-deputada Tábita Mendes, vai desfiliar-se do partido em ruptura com a direcção de Paulo Portas, confirmou à agência Lusa fonte democrata-cristã.

Às demissões de José Paulo de Carvalho, Mota Campos e João Anacoreta Correia, avançadas esta segunda-feira pelo Público, soma-se a desfiliação de Tábita Ferreira Mendes, antiga deputada centrista por Bragança, que foi mandatária da candidatura de José Ribeiro e Castro à liderança do partido, disse à Lusa fonte do CDS-PP.

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A mesma fonte disse que «perto de uma centena» de militantes e dirigentes devem apresentar a demissão do partido nas próximas semanas, por «não acreditarem na capacidade de regeneração» do CDS-PP.

Paulo Portas contestado

Contactado pela Lusa, o ex-secretário de Estado João Luís Mota Campos afirmou que «a gota de água» para a sua desfiliação após 25 anos de militância foi o ponto sobre a estratégia política que consta do documento de orientação apresentado por Paulo Portas na sua recandidatura à liderança partidária.

«Divergências profundas com a estratégia da actual direcção e em particular um aspecto da moção de estratégia que é a tese da equidistância. O dr. Paulo Portas, tal como eu, combateu profundamente a tese da equidistância. Ele mudou de opinião, eu não».

No documento de orientação política da sua recandidatura à liderança do partido, Paulo Portas, eleito sábado com 95,1 por cento dos votos, defende que PS e PSD formam um «bloco central» e são demasiado parecidos para serem verdadeira alternância.

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Afastando cenários de «coligações ou acordos parlamentares», Paulo Portas situa o CDS-PP como o partido que pode contribuir para a estabilidade.

«Desiludido e decepcionado»

O ex-secretário de Estado João Luís Mota Campos criticou ainda a «inutilidade completa» do CDS-PP, afirmando que entregará o cartão «desiludido e decepcionado».

Aquele grupo de militantes convocou uma conferência de imprensa para terça-feira, na qual explicarão as razões da ruptura com a estratégia de Paulo Portas.

«Cultura de compromisso e negociação»

Já esta segunda-feira, em entrevista à TVI, Paulo Portas recusou que a sua estratégia represente um regresso «à tese da equidistância» entre a esquerda e a direita mas reiterou que o PS e o PSD «estão demasiado próximos para serem distintos».

Questionado pela jornalista Constança Cunha e Sá sobre se regressa à tese da equidistância e se está disposto a ser Governo com qualquer dos dois maiores partidos, Portas respondeu: «É exactamente o oposto».

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O líder democrata-cristão insistiu que é contra «maiorias absolutas de um só partido», que «rapidamente levam ao abuso de poder» e defendeu ser necessário «um fiscal».

Interrogado sobre se defende um governo minoritário, o líder do CDS-PP defendeu que o melhor Governo foi o governo minoritário de Aníbal Cavaco Silva [em 1985, que durou menos de dois anos].

Portas disse que defende «uma cultura de compromisso e negociação» e frisou que o CDS oferecerá «o sentido de responsabilidade que o CDS sempre teve».

Questionado sobre se rejeita qualquer acordo com o PS, Paulo Portas respondeu: «Está escrito na minha moção».

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