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Dívida da Grécia e de Portugal é "impagável"

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Atenas entrou formalmente em incumprimento. TVI24 convidou três especialistas que deixaram várias advertências sobre a porta de rutura que está a ser aberta na Europa e a necessidade de reestruturar as dívidas

O economista tinha citado o "documento secreto do FMI", hoje divulgado, para ilustrar. "Estou desconfiado que foi o Fundo que pôs cá fora - [e que dizia que] a dívida grega seria impagável. Está a transmitir mensagem muito grande: não há problema nenhum na Grécia que possa ser resolvido sem pensar na reestruturação da dívida e sem pensar o problema da austeridade", afirmou, defendendo a "sensatez" do ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis. O também professor universitário Paulo Sande concordou com o problema da dívida, mas discordou da atuação do governo grego, liderado por Alexis Tsipras. O embaixador Francisco Seixas da Costa, também presente no debate, defende que "não é tarde" para que o problema da dívida seja posto em cima da mesa. Mas... Naturalmente, a comparação com o caso português. O embaixador remeteu, depois, para a expressão utilizada pela ministra das Finanças portuguesa, sobre os cofres cheios que o país terá atualmente, criticando: Se o primeiro-ministro, Passos Coelho, diz que o que a situação na Grécia já está a , Francisco Seixas da Costa advertiu que "essa almofada esgota-se muito rapidamente". "Está protegido nas próximas horas, nos próximos dias, até às eleições", vaticinou. Francisco Seixas da Costa assinalou que este "é um momento trágico". "É a primeira vez que se rompe o equilíbrio europeu", dando uma "imagem extremamente fragilizante e de profunda incapacidade política" dos seus líderes, com uma "espécie de subsidiaridade que passam para os ministros das finanças como se eles tivessem uma varinha mágica". Se o "não" no referendo vencer, será ele a bater com a porta.

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O relógio marcava as 23:00 de Lisboa, 00:00 em Bruxelas, o momento exato da entrada em incumprimento por parte da Grécia. Na TVI24, a essa hora, um debate especial com três especialistas concluiu que a Europa está a ir "contra a parede" e que tanto a dívida da Grécia como a de Portugal são "impagáveis". 

O professor universitário Ricardo Paes Mamede foi o primeiro a levantar o problema da dívida para explicar o caos em que a Europa entrou: 

"É impossível, seja a Grécia, seja Portugal, chegar a um saldo orçamental de 3,5% em 2018. Isso seria prolongar austeridade muito para lá daquilo que temos. Não há solução para isto. A solução é a reestruturação das dívidas. Estamos todos a ir contra uma parede"

"Não encontro sinais de loucura em Varoufakis. Encontro sinais de sensatez"

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"Obviamente que não há nenhuns sinais de loucura. Pelo contrário: os gregos são extremamente hábeis neste tipo de negociação" e, lembrou, a Grécia voltou ao crescimento no final de 2014, mas tudo foi por água abaixo já com o atual Governo.  E, recordou também, a reestruturação da dívida teve uma janela de oportunidade logo quando o Syriza venceu as eleições.

"Em janeiro, havia uma enorme oportunidade. E o governo grego disse coisas sensatas. Todos já percebemos que dívidas não são pagáveis no estado em que estão. Estava em cima da mesa em janeiro e a possibilidade não apenas na Grécia, mas também em Portugal", atirou.

"O Ricardo tem razão quando diz que não há nenhuma solução plausível de crescimento numa economia como a nossa que nos permita pagar a dívida. Muito menos os gregos. O debate não pode incidir apenas sobre o caso grego, mas globalmente. O caso grego rompe com arquitetura em funcionamento e acaba por limitar a introdução da reestruturação da dívida neste momento", explicou. 

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Cofres cheios de dívida

 "Temos os cofres cheios de dívida. O BCE, ao fazer baixar profundamente as taxas de juro, abriu momento de bonança na Europa".

país está "prevenido" para o embatecausar nos mercados

O embaixador e Paulo Sande quiseram frisar que a Europa precisa de uma solução, não querendo certamente empurrar a Grécia para fora do euro. "Não está nada um contra 18", disse Paulo Sande. A UE "precisa de uma solução".   

Varinha mágica

Ricardo Paes Mamede contou no final do debate que se encontrou com Alexis Tsipras há três anos, em Lisboa.

"Perguntei-lhe com ar de gozo o que ia fazer se Merkel batesse com a porta, um dia que fosse primeiro-ministro. Com a maior serenidade, disse-me que isto nunca foi tentado, nunca ninguém tentou negociar. E que foi eleito para não tirar a Grécia do euro".

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