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«Faça o que anuncia e não anuncie coisas que não faz»

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Sócrates acusado pela oposição de haver bolsas escolares por pagar no dia em que divulgou no Parlamento aumento de ajuda para as bolsas

Num dia em que o debate quinzenal no Parlamento foi dedicado ao Ensino Superior, não bastou ao primeiro-ministro anunciar novos apoios para escapar às críticas dos partidos da oposição. José Sócrates foi questionado sobre atrasos no pagamento de bolsas de estudo e também sobre os empréstimos concedidos por instituições bancárias a estudantes para financiarem os seus estudos.

PSD acusa Governo de atrasar formação de estudantes por «embirração»

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«Falou de bolsas, ainda bem que falou, mas faça o que anuncia e não anuncie coisas que não faz», disse Paulo Portas, dirigindo-se ao primeiro-ministro. Acusando de com o acordo com as universidades ter decidido «comprar a paz depois de fazer a guerra», o líder do CDS-PP questionou: «Quando é que paga as bolsas que estão em falta na universidade?».

José Sócrates assegurou que «o Governo pagou todas as bolsas» e que todas as verbas destinadas para este fim foram entregues às instituições e que cabe as estas «executar os pagamentos». Uma resposta que suscitou novas crítica de Paulo Portas. «Os portugueses não gostam de ver um primeiro-ministro alijar responsabilidades», apontou o líder centrista, defendendo que é da responsabilidade do Governo saber como são aplicados os dinheiros públicos.

14400 euros por um mestrado

Depois de Portas, foi Francisco Louçã que continuou a carregar neste tema. O líder do BE começou por apontar às propinas, dizendo que, apesar do Executivo afirmar que não as aumentou, «há uma universidade pública em Lisboa que cobra 14400 euros por um mestrado».

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Louçã criticou também que com as propinas mínimas a cerca de 99 euros «sobram 2 euros por mês» aos estudantes com as bolsas que lhes são entregues. Mas em relação a bolsas, o bloquista disse ainda que «há pessoas que se candidataram» a elas «há cinco meses» e ainda não obtiveram resposta.

José Sócrates atribuiu isto à necessária verificação das condições dos alunos que se candidatam, mas admitiu ser «tempo demais», a verificar-se. «Mas pedir explicações ao Governo, parece-me um bocadinho exagerado», defendeu-se.

«Endividamento à banca não é solução»

Da parte do PCP, Jerónimo de Sousa também questionou, como Ferreira Leite, a razão pela qual «durante quatro anos o que se pretendeu foi vergar as instituições», obrigando-as a «aumentar para o máximo as propinas». «A bolsa mal dá para as propinas», disse ainda.

Jerónimo de Sousa criticou também a opção dada aos estudantes de contraírem empréstimos para poderem pagar os estudos. «O endividamento à banca não é solução», disse. «Há uma questão que aflige os estudantes e suas famílias, que é o nível de protecção social escolar».

«Os Verdes» também atacaram esta política do Governo. «O que o Governo diz é, endividem-se para poder estudar», afirmou Heloísa Apolónia, considerando que o Executivo «transfere a sua responsabilidade» de financiar a educação «para as famílias».

A deputada dos ecologistas apontou ainda que o que não é admissível é que o Executivo se descarte dos problemas que lhe são apresentados no sector, como a existência de alunos que ainda não receberam o dinheiro relativo às bolsas, atribuindo-os a questões administrativas. «É este lavar de mãos que n se compreende e não se sustenta», disse a parlamentar.

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