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Alegre pede para PS não ser «cúmplice» da direita

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Manuel Alegre defende que o Partido Socialista tem de distanciar-se das políticas de direita, porque considera ter sido essa a causa da derrota nas últimas eleições legislativas.

«Não se peça ao PS que seja cúmplice de uma política de direita contra o Estado Social e a coesão do país. O PS não é o terceiro partido centro direita, nem a ala esquerda do bloco central. O PS é o primeiro partido da esquerda e é também o partido da responsabilidade democrática», sublinhou.

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Para o ex-candidato presidencial, o PS dos últimos anos «deixou-se colonizar ideologicamente» e fez «políticas que não são as suas». «Deixou-se embalar pela canção enganadora da terceira via, capitulou quando não devia capitular e aceitou passiva e acriticamente as soluções impostas pelos especuladores que estão a dominar a Europa e a empobrecer os nossos países». E, por isso, perdeu as eleições.

Segundo Alegre, o PS tem agora de afirmar «com toda a clareza a sua autonomia», «contra a direita, contra o capitalismo especulativo e o neo-liberalismo», sendo «fiel às raízes e às origens». E sem «fazer um tumulto ou incendiar o país».

Daí que considere que a «responsabilidade, do PS e do secretário-geral, nunca foi tão grande» e que este é terceiro congresso do partido mais importante de sempre. «Trata-se de enfrentar um novo e terrível ciclo da História. Temos de libertar a democracia confiscada pela nova forma de ditadura dos especuladores e dos mercados financeiros», frisou, pedindo «uma nova resposta, uma nova visão, uma nova estratégia, uma nova radicalidade democrática».

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Com muitos elogios ao secretário-geral, que o histórico socialista já vê como primeiro-ministro «até talvez mais cedo do que o previsto», Alegre garante que «foi bom» ouvir António José Seguro «dizer com toda a firmeza que o PS não está disponível para uma revisão constitucional que ponha em causa o Estado Social, nomeadamente o SNS, a escola pública, a Segurança Social e o equilíbrio nas relações laborais».

«Foi bom ouvir que o PS está contra a privatização das Águas de Portugal e da RTP. E eu acrescento que também devia reponderar a privatização dos CTT», acrescentou.

O socialista criticou depois o Governo de Passos Coelho por um «ataque sem precedentes às funções sociais do Estado», «a venda ao desbarato de empresas e bens públicos», «a sobrecarga de impostos que está a estrangular a classe média e a empobrecer os portugueses» e pela «subserviência de quem em Portugal é a favor dos eurobonds e, perante a senhora Merkel, diz que afinal é contra».

Para Manuel Alegre, os cortes na Saúde, Segurança Social e Educação, «nos salários, no subsídio de Natal, nas reformas e na Cultura», «são cortes ideológicos». «E é por fundamentalismo ideológico que o Governo está a ir além da troika», apontou.

Reforçando que «o memorando não é um texto sagrado», o ex-deputado defende que o acordo «é susceptível de várias interpretações e aplicações». «O PS é fiel aos seus compromissos, mas não pode ir atrás do fundamentalismo do Governo.», avisou, concluindo: «Podem contar comigo, pela esquerda dos valores, pela liberdade e pelo socialismo.»

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