A Comissão de Inquérito à supervisão financeira vai chamar ao Parlamento Jorge Bleck, advogado e representante de accionistas do BCP, que será ouvido depois dos antigos presidentes do banco, Jardim Gonçalves e Paulo Teixeira Pinto, refere a «Lusa».
«Jorge Bleck será ouvido potestativamente», disse à agência o presidente da Comissão, Fernando Negrão. Ou seja, com este pedido do PSD, o administrador será ouvido mesmo que os outros partidos não tenham interesse em ouvi-lo.
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A audição do sócio da Linklaters e representante de empresas como a Fortis, que até recentemente era um dos accionistas de referência do Banco Comercial Português (BCP), foi pedida pelo PSD, como anunciou no decorrer da reunião desta terça-feira da comissão o deputado Patinha Antão.
O pedido de audição surge depois de Jorge Bleck ter dito, em entrevista recente, que a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), na altura presidida pelo actual ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, teve conhecimento da utilização abusiva de pelo menos uma sociedade off-shore por parte do BCP, nos aumentos de capital realizados no inicio da década.
António Marta questionou ligações do BCP à auditora KPMG
O pedido do PSD foi apresentado durante a audição parlamentar de António Marta, que era vice-governador do Banco de Portugal e responsável pela área de supervisão na altura em que ocorreram os factos que se encontram sob investigação no BCP.
António Marta levantou algumas questões sobre a relação entre o BCP e a auditora KPMG, que a administração do banco pretende manter como auditora externa, o que levou o PCP a admitir poder vir a pedir a audição de um responsável desta empresa.
A comissão parlamentar de inquérito à supervisão financeira, que esta tarde ouve o actual vice-presidente da CMVM, Amadeu Ferreira, também já determinou que vai ouvir Jardim Gonçalves e Paulo Teixeira Pinto, mas ainda sem datas agendadas.
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