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Trabalhadores da Autoeuropa rejeitam «definitivamente» proposta da administração

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A Comissão de Trabalhadores (CT) da Autoeuropa só submeterá a nova votação o acordo laboral rejeitado segunda-feira pela maioria dos trabalhadores se ele tiver «alguma coisa diferente», disse hoje à agência Lusa fonte da CT.

António Chora, porta-voz da Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa, rejeitou liminarmente a colocação do mesmo acordo a votação como parece ser vontade da administração da empresa.

Terça-feira, a administração da Autoeuropa emitiu um comunicado afirmando que «proporá aos representantes dos colaboradores que se retomem as negociações em Janeiro com vista à criação de condições para aprovação deste acordo», advogando que se trata de «garantir a competitividade da fábrica» mantendo o actual quadro de pessoal.

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«Para submetermos a votação um novo acordo tem que vir alguma coisa diferente», disse António Chora à Lusa, reconhecendo urgência no alcance de um acordo laboral para assegurar a vinda de um novo modelo para Portugal.

«Sabemos qual a situação da empresa. É urgente a vinda de um novo modelo, senão, no final de 2006 e em 2007, será dramático para a manutenção do emprego», afirmou.

Segundo disse, a CT retoma quinta-feira os contactos com a administração da empresa, mas as negociações entre as duas partes só serão reiniciadas formalmente em Janeiro.

O porta-voz da CT desvalorizou a reunião agendada para hoje à tarde com o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA/CGTP), por ser «muito minoritária» a sua representação na empresa, frisando que o maior sindicato, o dos Metalúrgicos (também afecto à CGTP), esteve ao lado da CT na defesa do acordo junto dos trabalhadores.

Defendendo o acordo alcançado com a administração da Autoeuropa depois de intensas negociações, António Chora afirmou que a posição assumida pela maioria dos trabalhadores obriga a que a CT tente rever os valores propostos para os aumentos salariais, pagamentos no topo de nível e do trabalho aos sábados.

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Para António Chora, os aumentos salariais serão os mais difíceis de renegociar (o pré-acordo fixava 4,3% para os salários mais baixos e 2,5% para os mais altos), lembrando que os dois anos sem aumentos foram compensados com 67 dias em casa a receber e o pagamento de mais 22 dias quando a situação da empresa o permitir.

No seu entender, a empresa pode ir um pouco mais longe nos pagamentos no topo da carreira (um lugar alcançado ao fim de quatro anos na empresa), sendo a proposta da CT a criação de uma carreira horizontal ao invés de pagamentos de prémios pontuais.

O pré-acordo previa um pagamento único de 200 euros quando a CT pretende um pagamento mensal de 10 euros, com subida gradual ao longo dos anos, disse.

Quanto às horas extraordinárias, o pré-acordo previa a redução do pagamento de 200 para 100% em dinheiro mais 25% em tempo de descanso em cinco sábados, sendo os restantes pagos a 200%, à excepção dos trabalhadores destacados para o eventual novo modelo que receberiam todos os sábados a 100% mais 25%.

António Chora reconheceu o elevado valor pago em horas extraordinárias, sublinhando que nos primeiros seis meses deste ano a empresa pagou três milhões de euros aos trabalhadores para o desenvolvimento do novo modelo Eos.

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