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Risco de malparado e queda da habitação podem dificultar empréstimos

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Conseguir um empréstimo junto de um banco em Portugal pode estar prestes a ficar mais difícil.

Embora os bancos tenham mantido inalterados os critérios de concessão de crédito no primeiro trimestre e admitam que a concorrência os impede de apertarem esses mesmos critérios, alertam que existem alguns factores de risco que podem levar a uma maior restritividade na concessão de empréstimos num futuro próximo.

Em resposta ao inquérito realizado em Abril de 2007 pelo Banco de Portugal, os cinco grupos bancários portugueses integrados na amostra «identificaram alguns factores de risco que poderiam justificar um aumento do grau de restritividade aplicado na aprovação de empréstimos, nomeadamente a deterioração das perspectivas para determinados sectores de actividade e para o mercado de habitação, bem como possíveis dificuldades por parte de alguns consumidores em assegurar o seu serviço de dívida».

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Já durante o primeiro trimestre, os bancos efectuaram alguns ajustamentos em determinadas condições de financiamento. Nos empréstimos a empresas, alguns bancos aplicaram spreads mais elevados em empréstimos de maior risco e, simultaneamente, reduziram as comissões cobradas e permitiram a extensão das maturidades contratuais, contribuindo para tornar menos restritivos os critérios de aprovação nalguns segmentos.

Nos empréstimos concedidos a particulares para aquisição de habitação e para consumo e outros fins observou-se uma significativa dispersão nas condições aplicadas pelos bancos na aprovação de empréstimos. Por um lado, alguns bancos aumentaram os spreads e as comissões cobradas em alguns empréstimos e exigiram mais garantias para a aprovação dos empréstimos. Por outro lado, outros bancos reduziram os spreads e foram menos exigentes ao nível do rácio entre o valor do empréstimo e o valor da habitação, permitindo também um alongamento das maturidades.

Empresas recorrem mais ao crédito para reestruturar dívida que para investir

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No seu conjunto, a procura de empréstimos por empresas não se terá alterado de forma substancial no primeiro trimestre de

2007, embora se tenha observado um ligeiro aumento da procura de empréstimos por parte de pequenas e médias empresas e, em contrapartida, uma diminuição da procura de empréstimos por grandes empresas.

A procura de empréstimos continuou a ser justificada essencialmente pela reestruturação da dívida das empresas, enquanto que a procura de empréstimos para financiamento de investimento tem vindo a diminuir, revela o Banco de Portugal.

A persistência destas respostas levou a instituição a introduzir uma pergunta extraordinária no inquérito, com o objectivo de melhor compreender que tipo de situações enquadra a reestruturação de dívida. E, de acordo com as respostas dos cinco bancos incluídos na amostra, existe alguma dispersão no tipo de situações que motivam este fenómeno.

Por um lado, a reestruturação de dívida engloba situações em que se observam dificuldades em servir a dívida assumida, ou seja, situações em que se registou um incumprimento das responsabilidades assumidas pelas empresas ou em que esse incumprimento apresenta uma elevada probabilidade. As respostas apontam para que esta situação diga respeito primordialmente a empréstimos concedidos a pequenas e médias empresas.

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Por outro lado, a alteração das maturidades contratuais ou a consolidação de passivos com vista à redução do custo global de financiamento, neste caso concentrado nas grandes empresas, foram também apresentados como factores relevantes. Em menor grau, os bancos apontaram a renegociação das condições de financiamento com oferta adicional de garantias por parte das empresas.

Portugueses consomem mais a crédito

A procura de empréstimos por particulares aumentou ligeiramente ao longo do primeiro trimestre de 2007. Este acréscimo da procura deverá ter sido motivado essencialmente pelo financiamento de despesas de consumo e outros fins não relacionados com a aquisição de habitação.

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