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Analistas dizem que possível uso de garantias é sinal de acalmia

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Especialistas dizem que opção serve para evitar futura instabilidade

O reconhecimento de que os maiores bancos portugueses podem vir a recorrer à garantia pública dos 20 mil milhões de euros é um sinal de acalmia, transparência e serve para evitar instabilidade futura, disseram analistas esta sexta-feira ouvidos pela agência «Lusa».

O BES, o BPI, o BCP, a Caixa Geral de Depósitos e o Santander/Totta anunciaram em comunicado, quase à mesma hora, que podem vir a recorrer à garantia do Estado de 20 mil milhões de euros que visa ajudar os bancos a obter financiamento no mercado internacional.

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Todos os analistas contactados negaram que a informação dada ao mercado seja um sinal de pânico, sublinhando antes que deve funcionar como um sinal de acalmia.

Esse foi um «sinal positivo» que os bancos vieram dar, segundo a economista-chefe do BPI, Cristina Casalinho, e um sinal de transparência.

Esta acção, que o presidente do BPI já admitiu ter sido concertada, «foi para acalmar os mercados e para não gerar mais volatilidade», disse à «Lusa» um outro analista, do sector da banca.

A ideia desta opção conjunta é «não haver grande alarme» quando um dos bancos anunciar uma emissão com garantia do Estado, explicou o mesmo analista, notando que assim não deverá haver «alvoroço» quando um deles emitir esse tipo de dívida.

Os bancos que não disserem nada agora (sobre a intenção de utilização das garantias) não devem ser apontados por isso, acrescentou Cristina Casalinho, notando que aqueles que informaram o mercado são os cotados.

A portaria com a regulamentação das condições de acesso à garantia foi publicada quinta-feira e entrou esta sexta-feira em vigor.

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«A confirmação do óbvio»

Um outro analista considera que este anúncio público feito pelos maiores bancos portugueses privados foi a «confirmação do óbvio», já que muito provavelmente todos os bancos terão que fazer este tipo de emissões (com aval do Estado).

Esta regulamentação da garantia «é para pôr o mercado de financiamento lentamente a funcionar», disse esse analista.

Cristina Casalinho é da mesma opinião: «Se a situação de mantiver como até agora, os bancos vão mesmo ter que recorrer» à garantia, pelo que é normal que venham agora admitir que podem ter que a utilizar no futuro.

Na actual situação de instabilidade, «faz sentido que os bancos estejam disponíveis para a utilizarem», acrescentou a economista-chefe do BPI, sobretudo numa altura em que os outros bancos europeus já estão também a poder beneficiar desse tipo de garantias.

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