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Cavaco duvida que recessão seja meramente transitória

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«Vivemos tempos difíceis, muito difíceis», disse

O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, defendeu este sábado que a crise que Portugal atravessa não pode ser «iludida», alertando para a incerteza de que este seja «um momento meramente transitório» de recessão económica.

«A crise que vivemos não pode ser iludida e, num dia como o de hoje, haverá com certeza muitos portugueses que se interrogam sobre se foi este o país com que sonhámos em Abril de 1974», afirmou Cavaco Silva, num discurso na sessão solene comemorativa do 25 de Abril, na Assembleia da República, citado pela agência Lusa.

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Reconhecendo que «vivemos tempos difíceis, muito difíceis», o chefe de Estado lembrou as centenas de trabalhadores que são lançados no desemprego, num tempo em que Portugal está dominado pelas notícias de encerramento de fábricas e de empresas «apesar dos esforços para combater a crise».

Por outro lado, acrescentou, as previsões económicas divulgadas por instituições nacionais e internacionais «estão à vista de todos e não é possível negá-las».

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«Devemos, por isso, compreender que esta crise leve muitos portugueses a interrogarem-se sobre aquilo que o futuro nos reserva», salientou, considerando essas interrogações tanto mais pertinentes, «quanto a crise que vivemos tornou mais nítidas as vulnerabilidades estruturais que o país ainda manifesta».

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«Não há, assim, a certeza de que este seja um momento meramente transitório de recessão da actividade económica, a que se seguirão melhores dias num prazo mais o menos próximo».

No entanto, o presidente da República acredita que «se forem tomadas as decisões certas, a crise será vencida».

Crítica aos gestores «que abusaram»

Lembrando que «a ausência de valores e princípios éticos nos mercados financeiros» constituiu uma das principais causas da crise económica mundial, o chefe de Estado insistiu na necessidade de «a dimensão ética e a responsabilidade social» passarem a ocupar um lugar central no desenho das novas regras de controlo e supervisão das instituições e mercados financeiros.

«Seria condenável e imoral que os países mais pobres fossem obrigados a suportar os custos de uma crise para a qual em nada contribuíram», defendeu.

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Porque, acrescentou ainda o Presidente da República, se é certo que a estabilidade financeira internacional é «um bem público global», cuja defesa é da competência de todos, «no caso da presente crise não restam duvidas sobre quem foram os que se aproveitaram das poupanças alheias e provocaram o colapso do sistema».

Ou seja, gestores financeiros «imprudentes ou incompetentes», outros «pouco escrupulosos ou dominados pela avidez do lucro a curto prazo», que abusaram da liberdade do mercado e da confiança dos cidadãos, com graves consequências na vida de milhões de pessoas.

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