O ex-ministro das Finanças, Luís Campos e Cunha, duvida que o défice deste ano fique nos 3,9 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) e defende que Teixeira dos Santos perde a credibilidade ao manter aquela meta.
«Os estabilizadores automáticos [variação de despesas e receitas decorrentes da evolução do ciclo económico] e os programas anunciados (se forem para cumprir) colocam o défice bem acima desse valor», disse o antecessor de Teixeira dos Santos, em declarações à Lusa.
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Por este motivo, Campos e Cunha não acredita que a meta do Governo para 2009 seja realista.
Questionado sobre se o Executivo fez bem em manter a projecção que tinha sido avançada em Janeiro, o ex-ministro das Finanças defendeu que «não, porque perde credibilidade».
O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou hoje que o reporte enviado para Bruxelas mantém a previsão do défice para este ano em 3,9 por cento do PIB.
Sobre a revisão em alta da previsão do défice de 2008, que passou de 2,2 por cento para 2,6 por cento do PIB, Campos e Cunha afirmou que «significa que sem receitas extraordinárias o défice de 2008 ficou bem acima dos 3 por cento e pior que em 2007».
Em 2007, o défice ficou nos 2,6 por cento do PIB.
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