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Análise: tratar crise externa não pode agravar a nacional

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Os economistas estão preocupados com o aumento da despesa pública e do endividamento externo, numa altura em que, consideram, as medidas tomadas para ajudar a travar os efeitos da crise global, desencadeada pela crise financeira, não podem agravar a crise nacional com que Portugal já se debatia.

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António Nogueira Leite foi um dos economistas a defender que se deve «separar o curto prazo do longo prazo». O professor foi um dos presentes no encontro promovido pelo Fórum para a Competitividade, sob o tema «Novo quadro macroeconómico, as medidas anti-crise e a revisão do PEC».

«As medidas de curto prazo pretendem ter impacto imediato na economia, estimular a procura». Aqui enquadram-se medidas recentemente tomadas pelo Governo, como o pagamento das dívidas às empresas e a baixa da Taxa Social Única, que o economista classifica de «muito tímidas», acusando o Governo de se focar em projectos de longo prazo, como o TGV e o novo aeroporto, «que penalizam o país em termos de endividamento».

Performance miserável não pode continuar

«A economia portuguesa não está mal apenas por causa da crise internacional, a economia portuguesa vive uma verdadeira esclerose na última década, com o aumento da dívida externa e a incapacidade para aumentar verdadeiramente as exportações. Os problemas estruturais da nossa economia não podem ser camuflados com a crise externa».

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«Há-de haver mundo para além da crise e Portugal não pode continuar com a performance miserável dos últimos anos», continuou.

Do mesmo modo, Vitor Bento lembrou que «há uma crise que é nossa e que já cá estava. E para tratar os sintomas da crise internacional não se podem agravar os da crise interna», afirmou.

«Insiste-se demasiado em aumentar a despesa pública. A crise internacional precisa disso, mas no nosso caso concreto, essa não é a resposta mais adequada», acrescentou Vitor Bento.

«Crise externa deu um jeitão à política»

Outro economista, Daniel Bessa, considerou que a crise externa, que constitui o problema de curto prazo, «deu um jeitão à política, que assim desviou a atenção dos problemas de longo prazo (a crise interna). Isto foi a sorte grande para quem tinha de gerir a situação do ponto de vista político», afirmou.

O problema coloca-se agora nas dificuldades acrescidas que Portugal enfrentará para se financiar, considerando o economista que existe a possibilidade de o crédito ao País vir a sofrer uma «limitação quantitativa».

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