A Confederação Intersindical Galega promete formas de luta duras a partir de Junho, nomeadamente o recurso à greve e a manifestações de rua, se não forem respeitados os direitos dos trabalhadores portugueses. O aviso foi feito à Inspecção-Geral da Galiza, a quem deram dois meses para exigir o cumprimento do acordo colectivo para o sector.
«Não é a primeira vez que denunciamos a situação dos portugueses que estão a trabalhar em Espanha, sobretudo na Galiza, em condições inferiores às exigidas pelo Convénio Colectivo. E as autoridades portuguesas e espanholas nada fizeram para alterar a situação, o que não pode continuar a acontecer», justifica Xoan Melon, o responsável da Confederação pela imigração, avança o «Diário de Notícias».
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Está marcado um encontro entre sindicatos para 4 de Abril, em Guimarães, onde se pretende uma espécie de «protocolo transfronteiriço» de regulação de matérias laborais na Galiza e Norte de Portugal.
Espanhóis falam de concorrência desleal
Os espanhóis queixam-se de concorrência desleal. Os portugueses são acusados de não ter salário fixo, trabalharem mais de dez horas por dia, nomeadamente em grandes obras públicas, como a construção da rede do comboios de Alta Velocidade de Espanha (AVE). É o chamado dumping social, que Carlos Trindade, da CGTP, diz ser legítimo combater.
Mas Xoan Melon nega que essa seja a principal preocupação da Confederação. Reconhece que «há trabalhadores portugueses ilegais» na Galiza e que estes «entram em concorrência desleal com os trabalhadores espanhóis», mas sublinha que «não se trata de um problema de competências entre trabalhadores portugueses e galegos».
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