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Antecipar compras de Natal já não compensa

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Se é daquelas pessoas que costuma ir comprando os presentes de Natal ao longo do ano, saiba que não poupa nada com isso. No máximo, consegue escolher os presentes com mais calma e menos confusão.

Há alguns anos atrás, o Natal era sinónimo de preços inflacionados. Os comerciantes aproveitavam a febre consumista desta fase para aumentar os preços. Os produtos cuja procura dispara nesta época festiva, como alimentos, vestuário, perfumaria, etc, ficavam bem mais caros. Mas mesmo numa altura em que a tradição continua a ser o que era, a crise dita algumas mudanças.

«Os lojistas e o sector retalhista já não estão em situação de poder aumentar os preços na época de Natal. A população está muito contraída em termos de consumo, o que impede as lojas de tentarem aproveitar esta fase para subirem os preços», disse à «Agência Financeira» o economista Jorge Ferraz, do IMF.

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Para este especialista em questões de preços, «não há uma necessidade especial de antecipar as compras. Os que o fizerem não conseguirão grande poupança, apenas uns trocos sem grande significado. A grande vantagem que vão encontrar em anteciparem as compras é que poderão escolher melhor os produtos que vão comprar».

Jorge Ferraz classifica a fase actual como sendo «deprimente» para os comerciantes. «As condições económicas ainda são tão fracas¿ Apesar de os grandes indicadores económicos mostrarem melhorias, como as exportações, o PIB, os portugueses ainda não sentem melhorias no seu nível de vida. Os aumentos salariais têm sido em linha com a inflação, muitas vezes abaixo disso, o que quer dizer que têm um crescimento real negativo», explica.

Entrada no euro marcou ponto de viragem

Mas as coisas nem sempre foram assim. Jorge Ferraz lembra os tempos em que os preços subiam consideravelmente no último mês do ano. «Nos anos bons, de crescimento económico e expectativas elevadas, isso acontecia. Por exemplo, nos anos de 98, 99, 2000, antes da entrada no euro. Depois com a nova moeda, os preços subiram muito, os comerciantes aproveitaram a oportunidade para melhorar o negócio e desde então, isso já não se verifica com a mesma intensidade».

Para o mês do Natal, o economista espera uma subida média de apenas 0,1% nos preços, face a Novembro. Uma subida pouco significativa, «até porque os saldos, embora camuflados com outros nomes, como promoções, devem chegar muito antes do Natal, lá para dia 10, dia 12».

Já no ano passado, os preços em Dezembro subiram apenas 0,1%. Os produtos alimentares e bebidas não alcoólicas ficaram apenas 1% mais caros no mês do Natal e o Vestuário e Calçado nem esteve entre os produtos com maiores subidas de preços.

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