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Aumentos dos preços dos alimentos vieram para ficar

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Procura tende a aumentar e oferta está limitada

Os anunciados aumentos de preços dos produtos alimentares, devido ao disparo das cotações das matérias-primas, como os cereais e outros produtos agrícolas, vieram para ficar.

As razões por detrás do aumento do preço dos alimentos

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Uma análise do Activobank7 revela que os principais índices de matérias-primas agrícolas subiram cerca de 30% no último ano, sendo a melhoria dos níveis de rendimento nos países emergentes e a crescente utilização de biocombustíveis as principais razões apontadas.

A população mundial cresceu de 2,5 para 6,6 mil milhões de pessoas desde 1950, tendo a produção agrícola anual subido de 1,1 para 2,7 toneladas por hectare. No mesmo período, a área cultivada cresceu cerca de 10%, a nível mundial.

Matérias-primas agrícolas são as preferidas dos analistas entre as commodities

Por isso mesmo, muitos analistas acreditam que a actual tendência de subida de preços é de natureza estrutural (de longo prazo), resultando de um desequilíbrio crescente entre a oferta e a procura de matérias-primas agrícolas, em particular de cereais como o trigo, o milho e a soja. A generalidade dos analistas vem apontando as matérias-primas agrícolas como aposta preferida para 2008 dentro do sector das commodities.

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«Tudo parece indicar que os factores que vêm condicionando a oferta e a procura de matérias-primas agrícolas, em particular dos cereais, são de natureza estrutural, sendo possível que a subida de preços não tenha um carácter esporádico, estando antes inserido num super-ciclo de valorização como o registado pela energia e pelos metais desde há 10 anos», refere o Activobank7.

«Se como consumidores devemos estar preocupados com esta evolução, uma vez que a mesma poderá afectar o nosso orçamento familiar, poderemos estar também perante uma interessante oportunidade de investimento, em especial numa perspectiva de diversificação da carteira e com um horizonte de médio e longo prazo», conclui o banco.

Stocks em níveis mínimos

Contas feitas, a conjugação de todos estes factores levou os stocks de milho e trigo a um declínio que já dura há 6 anos, para valores mínimos das últimas décadas. Os stocks de milho, em 7,5 semanas de consumo, estão aos níveis mais baixos dos últimos 33 anos, enquanto os stocks de trigo (9,3 semanas) nunca estiveram tão baixos. Vários países estão a limitar as exportações para satisfazer o consumo interno.

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«Os preços das principais matérias-primas agrícolas estão ainda largamente abaixo dos preços máximos históricos, em termos reais (tendo presente o efeito da inflação)», refere o Activobank7.

E exemplifica: «os preços do milho, trigo, soja e algodão estão 174%, 129%, 240% e 375% abaixo dos máximos históricos (em termos reais), respectivamente.

O banco de investimento tenta antecipar quanto é que os preços das principais matérias-primas agrícolas poderão subir se o actual ciclo se tornar o mais durável e amplo dos últimos 40 anos.

Os resultados apontam para um potencial de valorização de 165% no açúcar, com pico a atingir em Fevereiro de 2012. No algodão, a subida pode ser de 104% com pico em Junho de 2012. Já na soja, trigo e milho, o potencial de valorização é de 69%, 43% e 34%, respectivamente, com picos em Outubro deste ano, Março e Junho do ano que vem.

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