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BCP: Jardim Gonçalves diz que houve aproveitamento político

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Responsável ficou surpreendido com críticas públicas de reguladores

Foi há três meses que Jorge Jardim Gonçalves deixou todos os cargos que ocupava no BCP, deixando uma crise de liderança e varias investigações dos reguladores a operações suspeitas do banco. As primeiras declarações públicas do responsável surgem agora e, de acordo com o «Público», estiveram sujeitas a duas condições: que fossem feitas por escrito e que as suas respostas fossem publicadas na íntegra, sem a habitual edição jornalística.

No entanto, na entrevista ao «Público», Jardim Gonçalves manteve o silêncio acerca das sociedades off-shore, invocando o segredo bancário e as investigações em curso. Sobre todo o caso, diz que houve «óbvio aproveitamento político» e mostra-se surpreendido com as críticas públicas do ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, do governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio e do presidente da CMVM, Carlos Tavares.

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Lembre-se que o Teixeira dos Santos acusou o BCP de «delinear uma operação bem montada e bem urdida para escapar ao controlo das autoridades». No que toca ao governador do BdP e ao presidente da CMVM, estes fizeram críticas severas às anteriores administrações do banco, de que foi líder, e que deram origem às investigações em curso.

O responsável lembra ainda que a instituição BCP ainda não foi ouvida nem sequer acusada.

«Em primeiro lugar coloco a minha consciência. E a consciência que tenho é de que nada fiz que não pudesse ter feito. Em retrospectiva, quando muito, poderia ter feito mais e melhor, porém, tal não me impede que permaneça de consciência tranquila», refere, admitindo, no entanto, que «desnecessário será dizer que concordo que a minha imagem pública ficou afectada de forma gravíssima, que considero de forma injusta e desproporcionada, por vezes fruto de interesses indesvendáveis e/ou de falta de escrúpulos, outras por falta de prudência e cuidado profissional e até institucional. Mas, só o tempo dirá se será possível repor a verdade dos factos e em que medida».

Sobre os alegados perdões de dívidas, um deles incluindo o seu filho, o fundador diz que «as relações comerciais com os clientes, quaisquer que eles sejam, estão devidamente regulamentadas. Idem, se elas se estabelecem com familiares dos diferentes órgãos de administração e de fiscalização», refere, assegurando que não interveio «em qualquer operação de concessão de crédito pelo banco com quem quer que seja».

«Quanto ao que em concreto se passou, compreenderá que não posso nem violar sigilo profissional nem a esfera da reserva da intimidade da vida privada da minha família. Não posso, assim, defender-me das acusações que me foram feitas. São constrangimentos específicos das funções que exerci e da minha forma de me relacionar com a minha família. Posso apenas dizer que tudo foi objecto de averiguação interna. E, ao que sei, as autoridades terão tido acesso a toda informação disponível. Pela minha parte, e após aturada reflexão, tomei uma atitude que foi pública. Quis apenas que este banco, de que fui responsável, não ficasse lesado», adiantou.

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