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Biocombustíveis estão a aumentar preços dos alimentos

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A febre dos biocombustíveis, mais concretamente do etanol, está a fazer pressão sobre as reservas de milho e a provocar uma subida dos preços dos alimentos, para já, mais visível no Continente americano. Uma realidade que será, em breve, também a da Europa e em que Portugal não vai ser excepção.

No ano passado, os mexicanos protestaram por um aumento do preço da tortilha, comida típica do país. O preço do frango e da carne nos EUA também subiu porque o alimento para os animais é mais caro.

É aqui que entra a biotecnologia. De acordo com a «The Associated Press», os cientistas estão a desenhar organismos para extrair combustível de diversas fontes diferentes do milho, entre elas as vias urinárias dos seres humanos, um fungo russo e o sisal (planta de onde se extrai a tequilha).

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A procura por fontes alternativas de energia é mais complicada que a mera descoberta de um substituto para o petróleo. Os cientistas e as empresas de biotecnologia tentam retirar o milho da produção de etanol porque criou uma enorme procura do alimento básico mundial.

EUA já têm 114 biorefinarias e mais de 80 em construção

Os investigadores estão assim a tentar travar uma corrida contra o tempo. Nos EUA já existem 114 biorefinarias de etanol e mais de 80 em construção. Os produtores geraram quase 5 mil milhões de galões de etanol em 2006, um aumento de 25 por cento face ao ano anterior. Quase todo foi produzido através de grãos de milho comestível.

Esta é uma boa notícia para os agricultores norte-americanos, mas os consumidores estão a ser penalizados quando passam nas caixas dos supermercados porque o preço do milho quase duplicou nos últimos dois anos e a escalada promete continuar. E como os agricultores estão a semear milho a níveis sem precedentes, muitas vezes em lugar de outras culturas, os preços de outros produtos também podem aumentar em breve. O milho é um ingrediente fundamental dos alimentos norte-americanos e encontra-se em tudo, desde refrigerantes até ao xarope para a tosse.

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O objectivo da produção de biocombustíveis é reduzir a dependência dos países de petróleo, além de diminuir a poluição do ar. No entanto, o etanol já foi apontado por alguns estudiosos como mais poluente que a gasolina.

Governo português tem metas ambiciosas

Em Portugal, tal como nos outros países da União Europeia, recorde-se que a meta é ter um consumo de 10% de biocombustíveis até 2020. Meta essa que o Governo português garante que vai ser alcançada, até antes dessa data. Aliás, em Janeiro, o Executivo anunciou que 10% do total de combustível gasto nos transportes deverá ser biocombustível em 2010.

Empresas como a Galp já têm avultados investimentos em curso para essa produção. De sublinhar ainda que, no passado mês de Fevereiro, os produtores portugueses de milho foram autorizados a aumentar a produção para até 900 mil toneladas anuais para fornecer fábricas de bioetanol, mas aguardavam para que o preço fosse «correcto» e competitivo.

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