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Crise e preços altos fazem cair consumo de combustíveis em quase 8%

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A crise que o País atravessa e os preços cada vez mais altos estão finalmente a penalizar a venda de combustíveis em Portugal. A denúncia parte do presidente da Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis (ANAREC), António Saleiro.

Em declarações à Agência Financeira, o sempre polémico responsável pela associação denuncia o que chama de «uma verdadeira folie» no sector nacional, onde «as vendas de combustíveis caíram, desde o início do ano, mais de 7% face ao homólogo». Uma queda que, como explica, é bem maior do que se estima, «se tivermos em conta que o parque automóvel está a aumentar de ano para ano, já que o número de carros que saem de circulação é bem menor do que o número de carros novos que entram no parque».

Para António Saleiro, a razão é uma só: «as famílias portuguesas já não podem sair de casa, com os combustíveis a estes preços». A culpa é, em grande parte, da carga fiscal sobre estes produtos, que pesa, segundo o responsável, cerca de 72% no preço de venda final das gasolinas e perto de 61% no preço de venda do gasóleo. Mas a ANAREC aponta o dedo também à Autoridade da Concorrência (AdC), cuja acção, diz, não é regulada por ninguém.

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«Se a causa da subida dos combustíveis é a cotação do petróleo e essa é igual para todos os países europeus, então porque é que em Espanha os combustíveis não sobem na mesma proporção que em Portugal?», questiona. Na sua opinião, as petrolíferas é que continuam a aumentar as suas margens de lucro que, estima, «devem rondar os 20%». Já as margens das gasolineiras, garante, ficam-se pelos 2%. Além disso, acrescenta, «se a AdC dizia que com a abertura de postos de marca branca junto dos hipermercados iria baixar o preço dos combustíveis, porque é que essas bombas têm aumentado os preços na mesma proporção das gasolineiras de marca? A diferença de cinco ou seis cêntimos entre as brancas e as de marca, tem vindo sempre a manter-se».

ANAREC quer ver estatutos da AdC alterados

A AdC está a investigar os contratos das petrolíferas com os revendedores mas, até agora, nenhuma acção concreta foi tomada. «Não se fez nada, porque a AdC não te de prestar contas a ninguém. Não tem prazos para apresentar resultados nem conclusões, apesar de já ter reconhecido que existem cláusulas ilegais nestes contratos», denuncia.

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Sobre a possibilidade de os postos de abastecimento virem a fazer promoções a determinadas horas do dia ou determinados dias da semana, a ANAREC diz estar «de mãos e pés atados», tendo em conta que «não somos nós que determinamos os preços nas bombas».

A AdC reporta ao Ministério da Economia, «mas apenas em termos orçamentais», acusa, acrescentando que «ninguém tem poder para rever os estatutos dessa autoridade». Por isso mesmo, avança que a ANAREC vai tentar «que algum deputado proponha na Assembleia da República a alteração desses mesmos estatutos».

Quem sofre mais com a queda das vendas são as gasolineiras das zonas fronteiriças onde, devido ao diferencial da carga fiscal e do preço final, compensa aos consumidores abastecer nas bombas espanholas. A ANAREC garante que mais de uma centena de empresas já encerrou portas.

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