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Rendimento dos portugueses cresce acima do esperado

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O rendimento disponível das famílias portuguesas acabou por crescer acima do que se esperava, segundo o Banco de Portugal, que admite que essa realidade pode demorar algum tempo a reflectir-se nos bolsos dos portugueses.

Nas previsões económicas inscritas no Boletim de Inverno, a instituição prevê um crescimento da procura interna, nomeadamente do consumo privado, reflectindo «com algum desfasamento um crescimento superior ao esperado do rendimento disponível das famílias».

A ligeira aceleração do consumo privado ao longo de 2007 e 2008 estará associada, segundo prevê a instituição, «a condições progressivamente mais favoráveis no mercado de trabalho, em particular a redução da taxa de desemprego, e a uma aceleração do rendimento disponível real, determinada pelo aumento dos salários reais e pela redução do crescimento dos impostos directos pagos pelas famílias, após o aumento registado em 2006».

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De acordo com a informação disponibilizada pela Comissão Europeia, em particular os indicadores sobre a situação económica e financeira das famílias esperada para os próximos 12 meses, verifica-se uma melhoria das expectativas dos consumidores para o próximo ano.

No entanto, o banco alerta que «as decisões de consumo das famílias nos próximos dois anos deverão continuar a reflectir as limitações impostas pelas condições de solvabilidade decorrentes das restrições orçamentais intertemporais que se têm tornado particularmente activas nos últimos anos. Num contexto de aumento progressivo das taxas de juro, o consumo deverá crescer em linha com o rendimento disponível real, ao contrário do que aconteceu nos últimos anos».

Reflexo destas evoluções esperadas, o BdP aponta para uma queda do investimento em habitação. Depois de uma descida avaliada em 4,8% em 2006, neste ano, esse investimento devera recuar mais 0,2%, e só recuperar em 2008, com um aumento de 3,3%.

No entanto, «a evolução desta componente do investimento deverá ainda estar fortemente condicionada pelo processo de ajustamento face ao crescimento muito elevado observado na segunda metade da década de 90 que terá correspondido a um ajustamento do nível do stock de habitação num contexto de transição para um regime caracterizado por custos de financiamento estruturalmente mais baixos», diz o BdP.

O investimento em habitação deverá continuar ainda muito condicionado pelas restrições orçamentais intertemporais das famílias decorrentes do elevado crescimento do endividamento nos últimos anos e do aumento do serviço da dívida em percentagem do rendimento disponível, que se deverá ter agravado com o aumento gradual das taxas de juro ao longo de 2006. No entanto, a inovação financeira e a crescente concorrência entre instituições bancárias, em particular, o alargamento dos prazos dos empréstimos bancários e a renegociação dos spreads, deverá ter atenuado parcialmente os efeitos da transmissão do aumento das taxas de juro de referência ao serviço da dívida de empréstimos com garantia hipotecária.

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