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Ricardo Salgado apreensivo quanto ao futuro da PT

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O presidente do Banco Espírito Santo (BES), Ricardo Salgado, diz-se surpreso com a operação lançada pela Sonae sobre a Portugal Telecom, e apreensivo quanto ao futuro da operadora nacional.

Em entrevista exclusiva à «TVI», o presidente do BES garante que não estava à espera desta atitude por parte de Belmiro de Azevedo, a qual «louva» ao dizer que «é uma operação que mostra uma grande coragem e confiança no país». Salgado vê esta operação com bons olhos para os mercados de capitais, justificando que Portugal tem, neste momento, os focos todos centrados em si, em termos de grandes investidores institucionais e, ainda, das autoridades reguladoras europeias.

«Somos dos poucos países que ainda temos uma golden share e portanto vamos ter aqui uma prova de grande transparência na forma como a operação se vai desenvolver», acrescenta.

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Relativamente à oferta, o empresário do BES diz que reviu completamente o comunicado da administração da PT e diz que não é apenas uma questão de preço, mas também «de ver com mais cuidado quando a proposta definitiva for objecto de registo». A Ricardo Salgado parece-lhe que «vai haver um desmembramento do campeão nacional, da maior multinacional portuguesa da área não-financeira, que tem um rating magnífico». E acrescenta, «vemos com apreensão aquilo que possa vir a acontecer à PT», disse na mesma entrevista à «TVI».

Quando questionado se a Portugal Telecom, tal como se a conhece, teria tido um fim com o anúncio da OPA, o empresário respondeu que «ainda não acabou» e esclareceu que é preciso aguardar para ver o resultado desta operação. Ricardo Salgado diz que os reguladores e o Governo vão ter que se pronunciar e que é preciso «ver também como é que os reguladores vão evoluir no sentido de tomar uma decisão».

Sonae facilita à Telefónica

Quanto à estratégia já delineada por Belmiro de Azevedo de vender as participações que não controla, como é o caso da Vivo, no Brasil, o responsável do BES discorda. Ricardo Salgado afirma que «é redutor considerar que o exemplo daquilo que aconteceu à Sonae no Brasil se aplica necessariamente à PT» e defende a importância mundial que a Vivo tem. «O potencial de crescimento no Brasil é enorme. Há dificuldades, mas onde não as há?».

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O empresário tem em conta a concorrência existente entre as três grandes operadoras no Brasil, mas acredita na possível prosperidade da empresa e critica ainda aposição da Sonae face à Vivo. «Parece-me que desvaloriza a Vivo e desvaloriza a posição da PT. Isso simplifica a vida à telefónica, se for caso disso».

Já em relação à atitude do Estado em todo este processo, Salgado está de acordo com a «independência» que o Governo mostrou. «Não tomou nenhuma decisão à partida, quer ver o que vai acontecer e quais as decisões regulatórias que venham a ser tomadas e só depois se pronunciará».

Agora, Ricardo Salgado aguarda a Assembleia-geral da PT, «onde todos nos encontraremos, na altura em que tiver que ser decidido o que vai acontecer no futuro da Portugal Telecom».

Recorde-se que o BES detém 8,36% da PT e que a imprensa avançou que o banco estaria interessado em fazer uma oferta concorrente à da Sonae. Salgado já veio desmentir essa hipótese, mas disse estar disposto a financiar uma contra-proposta que seja feita por «grupos nacionais credíveis».

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