No seu último número da revista «Proteste», a DECO diz que a Nokia foi a melhor classificada embora «nenhuma marca conseguiu o título», diz a associação em comunicado divulgado esta segunda-feira.
Entre Março e Dezembro de 2006, a DECO analisou vários aspectos relacionados com «a transparência, a política social e a preocupação com o meio ambiente». Contudo, alguns dos problemas detectados prendem-se com as condições de trabalho dos fornecedores, nomeadamente trabalho infantil, horas suplementares obrigatórias e ordenados baixos.
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Além da recolha de informação junto de múltiplas fontes, a revista «Proteste» enviou colaboradores a 14 fábricas na China, Índia, Tailândia e Filipinas, fornecedoras das marcas analisadas, onde se encontraram com mais 200 trabalhadores. Verificou ainda que nenhuma das fábricas visitadas na China respeita a lei laboral em vigor.
O trabalho suplementar forçado, mal pago e excessivo «é uma constante» e o mesmo acontece nas Filipinas. Segundo as conclusões da DECO, «os patrões não recuam perante nada, ameaçando os trabalhadores mais reticentes de despedimento ou penalizações financeiras».
Outro problema detectado é a falta de segurança ligada à utilização intensiva de produtos químicos tóxicos, chegando a ocorrer «graves envenenamentos» na China e na Tailândia, alerta a Associação.
Apesar das marcas terem criado códigos de conduta, a DECO diz ainda que há pouco esforço para fazê-los cumprir por todos os fornecedores.
Preocupações com ambiente são ponto positivo
Já em matéria de preocupação ambiental, a «Proteste» considera que as grandes empresas são «eficazes no respeito pela diminuição das substâncias tóxicas dos aparelhos em toda a cadeia de produção».
Quanto ao fim dado aos telemóveis, a DECO verificou que, em Portugal, os aparelhos recolhidos são, depois, enviados para reciclagem ou revenda em países em desenvolvimento.
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