O co-autor do estudo da CIP, José Manuel Viegas, afirmou esta sexta-feira que se o Governo optar pela travessia do Tejo no eixo Chelas-Barreiro não «ficará calado» e apresentará alternativas, como fez para o novo aeroporto, noticia a Lusa.
«Eu tinha um compromisso com a administração da RAVE [Rede Ferroviária de Alta Velocidade] e com a secretária de Estado [dos Transportes] para trabalharmos em conjunto para encontrarmos a melhor solução, mas se agora o Governo diz que as decisões estão todas tomadas eu não ficarei calado e vou fazer a mesma coisa que fiz com o aeroporto», afirmou à agência Lusa o autor do capítulo dedicado às acessibilidades no estudo da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP) sobre o novo aeroporto de Lisboa.
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Para José Manuel Viegas, a construção da terceira travessia do Tejo no eixo Chelas-Barreiro, definida pelo Governo, «é uma solução completamente desprovida de bom senso porque não está alinhada com o local onde vai ser construído o novo aeroporto».
Como alternativa à travessia Chelas-Barreiro, José Manuel Viegas defende uma travessia apenas ferroviária no eixo Beato-Montijo, uma solução que, além de estar «alinhada com o novo aeroporto», «facilita o acesso à ponte Vasco da Gama».
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RAVE justifica Chelas-Barreiro
A RAVE-Rede de Alta Velocidade, no entanto, diz que a opção pela ponte Chelas-Barreiro para a terceira travessia do Tejo é aquela que melhor serve o sistema ferroviário nacional, o aeroporto em Alcochete e a única que permite a componente rodoviária.
«Está estudada sob todos os pontos de vista - técnico, ambiental, da integração e do ponto de vista do património histórico protegido. Está perfeitamente estudada», garantiu hoje à agência Lusa o administrador da RAVE Carlos Fernandes.
«As alternativas que foram apresentadas foram igualmente estudadas, primeiro por nós e depois pelo LNEC e os resultados são claros», assegurou. «Dessa análise, encontrou uma solução que serve muito bem o aeroporto de Alcochete, continuando a manter um conjunto de valências que a ponte Chelas-Barreiro permite», disse.
Segundo o responsável da RAVE, a ponte Chelas-Barreiro, além de permitir «um excelente serviço ao aeroporto», permite também um tráfego ferroviário sub-urbano para o Barreiro e para o Seixal e melhorar as ligações de mercadorias entre o Norte e o Sul do País, «coisa que Beato-Montijo tem dificuldade em fazer porque não liga à linha do Sul no Barreiro», defendeu Carlos Fernandes em resposta ao especialista José Manuel Viegas.
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