O advogado de Armando Vara enviou esta terça-feira para o Ministério Público de Aveiro o requerimento a pedir o levantamento do segredo de justiça, no âmbito do caso Face Oculta, tal como adiantara ontem ao tvi24.pt.
«Divulgar as escutas entre Vara e Sócrates seria uma barbaridade»
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Tiago Rodrigues Bastos reiterou, em declarações à Lusa, que este pedido não inclui as conversas entre Armando Vara e o primeiro-ministro, José Sócrates, alegando que «não são matéria deste processo».
«Essas conversas indiciavam um crime e serviriam para abrir um outro processo», esclareceu o advogado, acrescentando, por outro lado: «Não posso abrir algo que supostamente está destruído».
Tiago Rodrigues Bastos diz que o auto-suspenso vice-presidente do Millenium/BCP «gostava de poder falar publicamente sobre o processo para esclarecer todos os factos e acabar com a especulação».
O advogado reconhece que, agora, «as coisas estão mais calmas» mas frisa que, durante muito tempo, «saíram notícias sobre o que o processo contém e não contém e algumas coisas não são verdadeiras».
«O segredo de justiça visa proteger os direitos dos arguidos e os interesses da investigação e, no caso dos direitos dos arguidos, o meu constituinte o que diz é que não quer que se feche o processo», adiantou.
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O causídico adiantou ainda que há duas questões que podem levar o Ministério Público e o juiz de instrução do processo a rejeitar este pedido: «Se entenderem que os interesses da investigação não permitem abrir o processo, ou se a divulgação dos factos não for possível de ser feita sem envolver os factos de outros arguidos que não queiram ver o processo aberto».
O advogado do ex-ministro socialista adiantou ainda que a verificação das contas bancárias do seu cliente não consta do requerimento.
Ainda segundo Tiago Rodrigues Bastos, a defesa está a trabalhar no recurso das medidas de coacção decretadas a Armando Vara, sendo que o prazo para apresentar o documento termina a 22 de Dezembro.
Armando Vara saiu a 2 de Dezembro do Juízo de Instrução Criminal de Aveiro, indiciado por um tráfico de influência, sujeito ao pagamento de uma caução de 25 mil euros e proibido de contactar com vários outros arguidos no processo.
Os arguidos com quem Vara fica impedido de falar são João Godinho, Maribel Rodrigues, Manuel Godinho, Namércio Cunha e Hugo Godinho.
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