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Fogos: falhas devem-se à falta de formação

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Estudo mostra que há falta de coordenação e «debilidades» no terreno

A falta de formação dos bombeiros portugueses é a principal causa das falhas no combate e na coordenação dos incêndios, apesar de existirem os meios materiais e humanos necessários, aponta um estudo técnico encomendado pela Protecção Civil e a que a Lusa teve acesso.

«Em geral e em média para o nosso clima e condições, temos actualmente, em termos humanos e materiais, meios razoáveis e suficientes, a questão é saber geri-los de forma eficiente», disse à Agência Lusa Hermínio Botelho, investigador do departamento florestal da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e responsável pelo estudo.

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Hermínio Botelho, que no Verão de 2007 avaliou no terreno a forma como os incêndios florestais são atacados em Portugal, adiantou que há falta de formação, coordenação e «debilidades» no terreno.

O investigador apontou ainda «a falta de formação de muitos comandos em processos e utilização de tecnologias mais modernas», o que impede uma definição «eficaz» das estratégias e da utilização de recursos.

Um das falhas enumeradas pelo investigador é a utilização «excessiva» de água no combate aos incêndios e o uso reduzido da técnica do contra-fogo. «Já se começa a utilizar, mas ainda é insuficiente», disse ao defender que no futuro o que deve ser privilegiado no combate aos incêndios são as técnicas indirectas, como o contra-fogo.

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De acordo com Hermínio Botelho, a primeira intervenção «melhorou bastante nos últimos anos» com a mobilização rápida das brigadas que conseguem extinguir os incêndios.

Os problemas começaram a surgir nos incêndios de maior dimensão e quando é necessário fazer uma avaliação dos recursos necessários.

«Muitas vezes há incêndios de pequena dimensão que têm demasiados meios e outros de maiores proporções com falta de recursos», afirmou, acrescentando que esta falta de coordenação pode ser melhorada através de um sistema de comunicações.

O investigador considerou ainda que é «errado pensar que grandes meios, muitos aviões e água, vão resolver a questão do combate aos incêndios». E acrescentou: «É claro que os meios são importantes, mas é no terreno que encontramos os grandes problemas. Os ataques aos incêndios mostram algumas debilidades, quer do conhecimento da avaliação, quer da utilização de ferramentas, que muitas vezes não são sofisticadas».

No entanto, o autor do estudo concluiu ainda que os bombeiros portugueses «não precisam de muita tecnologia», mas sim de «ter capacidade de avaliar no terreno e usar de forma eficiente os recursos existentes».

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