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O ano com menos fogos florestais

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Área ardida este ano foi a menor desde que se contabiliza efeito dos incêndios

A área destruída pelos incêndios florestais este ano em Portugal foi a mais reduzida desde que começou a ser contabilizada, em 1980, disse hoje o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), noticiou a Lusa.

Em declarações à agência Lusa, Duarte Caldeira, sem especificar números, disse que o balanço que faz é «globalmente positivo», também na redução do número de fogos e fogachos (incêndios que destroem menos de um hectare de floresta ou mato).

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O presidente da LBP falava na véspera do fim da fase Charlie, período entre 01 de Julho e 30 de Setembro, que coincide com o Verão e o período em que habitualmente se reúnem as condições mais favoráveis para a deflagração e propagação dos incêndios florestais.

«A soma das ocorrências registadas este ano aponta para números só com paralelo há 15 anos», acrescentou Duarte Caldeira, igualmente sem citar números, ainda por apurar na globalidade pela Direcção-Geral dos Recursos Florestais.

As «condições climatéricas extremamente favoráveis» são apontadas entre as principais razões para esta descida nas consequências do fogo no espaço rural, explicou, nomeadamente por evitarem a propagação dos incêndios.

Temperaturas médias mais baixas dos últimos 20 anos

Dados do Instituto de Meteorologia, ainda segundo o presidente da Liga, indicam que este Verão teve as «temperaturas médias mais baixas dos últimos 20 anos», a que acresceu a elevada pluviosidade já durante o Verão, contribuindo para «manter elevados índices de humidade no solo», factor que constitui um obstáculo ao fogo.

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A aposta «decisiva» na primeira intervenção contra os incêndios ainda em fase nascente, delineada em 2005 e iniciada na prática em 2006, terá sido outro aspecto que começou a dar resultados este ano, na opinião de Duarte Caldeira, que aponta também a melhoria do desempenho dos elementos de comando nas acções de combate aos fogos.

A melhoria da formação e a maior interactividade entre os diversos agentes envolvidos (bombeiros e forças de segurança, entre outros) nas operações é outro factor valorizado pelo presidente da Liga, organismo que agrega as 435 corporações de bombeiros existentes no país e que dispõem de um contingente que totaliza 38 mil elementos, entre voluntários e profissionais.

Por último, Duarte Caldeira está convencido que ocorreu «uma alteração no comportamento dos cidadãos», que deve ser alvo de estudo e que aparentemente passaram a ser mais cautelosos.

Apesar da diminuição significativa do número de fogos, o dirigente da LBP considera que o «carácter explosivo da floresta portuguesa» não se alterou nos últimos dois anos.

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«Não devemos ser triunfalistas. A floresta portuguesa continua a ser um problema», alerta.

Os incêndios florestais destruíram, entre Janeiro e Agosto, 12.188 hectares, anunciou a Direcção-Geral dos Recursos Florestais (DGRF) no início deste mês.

Os valores deste ano correspondem a 33 por cento e 6,2 por cento dos valores médios das ocorrências de fogo e área ardida dos últimos cinco anos, indica igualmente o mais recente relatório da DGRF, o qual abrange as fases Alfa, Bravo e Charlie, que termina sexta-feira.

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