Quarenta pessoas do bairro social da Quinta da Mina, em Azambuja, testaram positivo à Covid-19, situação que preocupa a autarquia, que não exclui a possibilidade de pedir um cordão sanitário, disse esta segunda-feira à Lusa o presidente da Câmara.
Em declarações à agência Lusa, Luís de Sousa (PS) explicou tratar-se de uma situação que envolve nove famílias, num total de 40 pessoas residentes num bairro construído ao abrigo do Plano Especial de Realojamento (PER).
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Estamos a falar de nove famílias de etnia cigana. Já enviei a listagem para as autoridades de saúde e esperamos agora para saber o que podemos fazer. Não excluo a necessidade de existir uma vigilância ativa destas pessoas, uma espécie de cordão”, apontou.
Entretanto, o autarca também se congratulou com a decisão do Governo de incluir o município de Azambuja, que integra a Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo, nas medidas previstas para a Área Metropolitana de Lisboa (AML) para efeitos de realização de testes da covid-19.
Esta segunda-feira, fonte do gabinete do secretário de Estado Duarte Cordeiro, que está a coordenar a situação da pandemia de Covid-19 na região de Lisboa e Vale do Tejo, referiu que “Azambuja foi incluída na AML para efeitos de testes nas empresas de trabalho precário e no setor da construção civil”.
Tinha falado com o senhor secretário de Estado e, de facto, há situações que não se enquadravam aqui em Azambuja. Não temos centros comerciais, nem Lojas do Cidadão. Já os mercados, feiras e outras lojas é uma decisão que cabe à Câmara. Por isso, a questão dos testes era a única matéria que nos interessava”, justificou.
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Relativamente aos casos na Plataforma Logística, que têm afetado nos últimos dias sobretudo os trabalhadores do grupo Sonae, o autarca ressalvou que a Câmara de Azambuja tem acompanhado “com muita atenção”.
Acredito que as empresas têm feito tudo aquilo que está ao seu alcance para controlar a situação. As medidas possíveis têm sido tomadas”, sublinhou.
A AML integra 18 municípios, designadamente Alcochete, Almada, Amadora, Barreiro, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Odivelas, Oeiras, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Sintra e Vila Franca de Xira.
Delegado regional de saúde rejeita cordão sanitário em AzambujaA implementação de um cordão sanitário no concelho de Azambuja, distrito de Lisboa, “não faz qualquer sentido”, afirmou hoje o delegado regional de saúde, defendendo que basta o isolamento das 40 pessoas infetadas pela covid-19.
Um cordão sanitário a quê? A um bairro? Não sei se fará sentido. Se a situação está restrita a umas quantas pessoas, é isolar as pessoas dessas famílias e garantir que não andam a passear pela vila”, afirmou o delegado regional de saúde de Lisboa e Vale do Tejo Mário Durval, em declarações à agência Lusa.
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Para a implementação de um cordão sanitário no concelho de Azambuja “era necessário que existissem outros acontecimentos”, explicou delegado regional de saúde de Lisboa e Vale do Tejo, reforçando que, neste momento, “não faz qualquer sentido” a existência dessa barreira para impedir a propagação da covid-19.
Na perspetiva do delegado regional de saúde de Lisboa e Vale do Tejo, os casos identificados de infeção no bairro social da Quinta da Mina correspondem a “um número restrito de famílias”, pelo que estão obrigadas a ficar em isolamento, assim como os contactos das pessoas que testaram positivo à covid-19, que “ficam impossibilitados de sair de casa”.
“Se estão confinadas, porque é que é preciso alargar mais isso? Não faz qualquer sentido”, declarou Mário Durval, rejeitando a ideia de se aplicar um cordão sanitário.
Neste âmbito, compete às forças policias garantirem o cumprimento do confinamento determinado pelas autoridades de saúde, referiu o delegado regional de saúde, acrescentando que o facto de as famílias infetadas residirem no mesmo bairro facilita essa vigilância.
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A terceira fase do plano de desconfinamento devido à pandemia de covid-19 arrancou hoje, com o fim do "dever cívico de recolhimento" e a reabertura de centros comerciais, salas de espetáculos, cinemas, ginásios, piscinas e Lojas do Cidadão.
Na AML, devido ao aumento do número de infetados, foi adiado o levantamento de algumas restrições previstas na terceira fase de desconfinamento e vão ser impostas regras especiais, sobretudo relacionadas com atividades que envolvem "grandes aglomerações de pessoas".
As medidas da terceira fase de desconfinamento foram anunciadas na sexta-feira, com o Governo a aprovar o fim do "dever cívico de recolhimento" e a permissão de ajuntamentos até ao limite de 20 pessoas, exceto na AML, onde permanece o limite de 10 pessoas, e a decidir prolongar a situação de calamidade, que vigora desde 03 de maio, por mais 15 dias - até 14 de junho.
Portugal regista hoje 1.424 mortes relacionadas com a covid-19, mais 14 do que no domingo, e 32.700 infetados, mais 200, segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde.
Em comparação com os dados de domingo, em que se registavam 1.410 mortos, hoje constatou-se um aumento de óbitos de 1%. Já os casos e infeção subiram 0,6%.
Na Região de Lisboa e Vale do Tejo, onde se tem registado maior número de surtos, há mais 193 casos de infeção (+1,7%)
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