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Tratamentos com radiações podem ter causado cancro

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Curas de tinha, realizadas entre 1950 e 1963, estão a ser investigadas

O Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (Ipatimup) apelou esta quinta-feira às «crianças», que entre 1950-1963 foram submetidas ao tratamento por radiação à tinha (lesões descamativas do couro cabeludo), para que contactem o instituto. A notícia foi avançada pela agência Lusa.

Os tratamentos então efectuados podem eventualmente ter provocado, segundo fonte do Ipatimup, o desenvolvimento de vários tipos de cancros, como o da tiróide e da pele, entre outros.

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José Teixeira Gomes, o responsável por um estudo que está a ser desenvolvido no Ipatimup, e que envolve cerca de 5.300 pessoas, na altura com idades entre os oito e os dez anos, disse que o objectivo «é analisar as principais consequências do tratamento a que foram submetidas».

«Já observámos 230 pessoas da região Porto e 54 pessoas fora desta região, e em cerca de 30 por cento delas encontramos patologias hipoteticamente relacionáveis com irradiação e 12 por cento tinham doenças que de certeza absoluta foram por ela causadas», disse o investigador.

O estudo, que foi apresentado durante a divulgação de um trabalho, realizado em 2006, e dos projectos para 2007 no âmbito do 18º aniversário do IPATIMUP, tem o apoio da Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN).

Para descobrir o número de crianças que foram submetidas a radiação para tratar a tinha, os investigadores recorreram à base de dados do Dispensário de Higiene Social do Porto.

Estas crianças residiam no Porto, em Vila do Conde e na Póvoa de Varzim.

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José Teixeira Gomes destacou ainda, da lista dos projectos desenvolvidos em 2006, os relacionados com o cancro da mama e do estômago, a leucemia mielóide crónica, o dimorfismo sexual do cérebro humano ou os processos evolutivos que deram origem à cor da pele dos europeus e dos asiáticos.

Em 2006, foram também desenvolvidas as bases do Programa INFOCANCER, destinado a esclarecer dúvidas e a estimular a prevenção e o diagnóstico precoce das situações de cancro familiar, tendo como alvos a população portuguesa e os profissionais de saúde.

Este programa deverá disponibilizar, ainda este mês, uma página na Internet aberta à população em geral e uma linha telefónica, destinada em exclusivo aos médicos que pretendam obter esclarecimentos sobre cancro familiar.

O IPATIMUP, especializado na investigação científica no domínio da oncologia, é uma associação privada sem fins lucrativos e de utilidade pública, criada em 1989.

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