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O que os professores querem dizer

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«Fale com o seu filho», «Não faça os tpc por ele», «Não o ensine a copiar da internet» e «Diga-lhe para se lavar antes vir para as escola», são algumas «verdades difíceis» que docentes querem dizer aos pais

Fizeram greves e manifestações, mas ainda há coisas que os professores gostariam de dizer e não o fazem por questões de educação. A edição de Novembro da revista das Selecções do Reader¿s Digest publica uma sondagem que divulga o que os docentes gostariam de dizer aos pais dos alunos.

Foram apresentadas 12 afirmações e os professores tinham que escolher uma delas. 86% dos docentes disseram que gostariam de dizer aos pais dos seus alunos: «Nos meus tempos de estudante, quando chumbava a culpa era minha, não era dos professores. O seu filho tem de trabalhar mais»

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«Os pais muitas vezes atribuem o insucesso dos seus filhos apenas a factores externos [...] e consideram que se o aluno não fez o trabalho de casa, a culpa é do professor porque não avisou diariamente que o aluno não o fazia», disse Ana Isabel Santos, professora de Português, Latim e Religião.

80% gostariam de dizer: «Ajudar o seu filho nos trabalhos de casa é muito diferente de mostrar-lhe como é que se copia tudo da Internet»

«Copiar não é aprender. Dessa forma, o processo de assimilação das aprendizagens não se concretiza», afirmou Andreia Ferreira, professora de Inglês e Alemão.

74% gostariam de dizer: «O seu filho precisa de descontrair depois das aulas. Não faz mal nenhum ver um bocado de televisão»

«Existem alunos muito responsáveis e exigentes que por vezes se tornam muito ansiosos e nervosos. Acontece frequentemente com alunos que querem entrar na universidade em cursos que exigem médias elevadas, como Medicina. Noutras situações, talvez a maioria, temos que dizer o contrário», disse Catarina Gião, professora de Físico-Química e Religião.

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74% dos professores gostariam de dizer: «Não acredito que fale com o seu filho; 15 minutos por dia bastariam»

«Muitos pais não o fazem ou fazem-no mal, ou seja, em vez de conversar, discutem. Uma coisa é trocar ideias e estar a par sem se meter na vida do filho, outra é bombardeá-lo com perguntas», afirmou Maria do Céu Tarouca, professora de Inglês e Alemão.

68% dos professores gostariam de dizer: «Porque terei de abdicar do meu tempo livre, quando os pais nem se dão ao trabalho de aparecer?»

«É um problema complicado. Os filhos muitas vezes também não gostam que os pais vão à escola. Os pais acham que têm que ir falar de coisas de que não entendem nada ou que têm que apresentar queixas», observou Luís Ribeiro, reformado do ensino secundário e actualmente professor numa escola de música.

66% dos professores gostariam de dizer: «Está muito iludido sobre as reais capacidades do seu filho»

«Não há alunos iguais e, apesar das expectativas que os pais possam gerar face aos seus filhos, há que, num acompanhamento contínuo, incutir-lhes a consciencialização da realidade», afirmou Nuno Teodósio, professor de Português.

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56% dos professores gostariam de dizer: «É intolerável ter de andar tanto tempo atrás do seu filho para que ele entregue os trabalhos. Isso devia ser tarefa sua»

55% dos professores gostariam de dizer: «Por favor, diga ao seu filho para se lavar antes de vir para a escola»

«Como já passei pela situação de ter de tirar piolhos a uma aluna numa escola nas imediações de Lisboa, sei bem o que isto pode significar. Por vezes, é necessário dizer coisas difíceis aos pais, pois alguns não compreendem outra linguagem», explicou Maria do Céu Tarouca.

38% dos professores gostariam de dizer: «Estou a gostar muito das suas redacções, mas o seu filho é que devia escrevê-las»

«Ajudar os jovens nos seus trabalhos de casa não significa fazê-los por eles. Ao fazer isso, estamos simplesmente a infantilizá-los e a impedi-los de crescer, que é a melhor forma de aprender», disse Vítor Oliveira.

A sondagem foi realizada pela Aximage através de entrevistas telefónicas a 287 docentes de duas escolas secundárias de Lisboa e duas do Porto. O trabalho de campo decorreu entre os dias 26 e 29 de Setembro de 2006.

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