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Casa Pia: «É um absurdo e uma ironia»

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Defesa de Cruz considera «grave» que documentos possam ter estado acessíveis quando ainda estavam em segredo de justiça

O advogado de defesa de Carlos Cruz no julgamento de pedofilia da Casa Pia, Ricardo Sá Fernandes, considerou esta quinta-feira «um absurdo» que parte do processo tenha aparecido no sistema informático interno da Comissão Nacional de Protecção de Dados, escreve a Lusa.

Segundo noticiam os jornais Correio da Manhã e Diário de Notícias, documentos sobre Carlos Cruz, o embaixador Jorge Ritto (também arguido no processo) e o ex-líder socialista Ferro Rodrigues estariam desde 2004 no sistema interno da Comissão.

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Casa Pia: documentos «misteriosos»

Em declarações aos jornalistas à entrada do Tribunal de Monsanto, onde decorrem as alegações finais do julgamento, Ricardo Sá Fernandes afirmou que «alguém pôs lá os documentos num período em que os autos estavam sob segredo de justiça, é evidente que é grave».

«Se alguém teve acesso a esses documentos numa altura em que estavam em segredo de justiça, alguém violou o segredo de justiça», afirmou, frisando que «é um absurdo e uma ironia» os documentos estarem na Comissão Nacional de Protecção de Dados, responsável justamente pela confidencialidade de dados.

Os jornais referem que entre a descoberta dos documentos por um funcionário da Comissão e o seu envio para a Procuradoria-Geral da República, há cerca de duas semanas, terá sido apagada parte deles, relativa às declarações prestadas em 2003 por Ferro Rodrigues à Judiciária, o que Sá Fernandes classificou como «rocambolesco».

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Tudo se recupera

«Pelo que sei, nessas questões de informática, tudo se recupera, pelo que isso há de ser apurado», acrescentou.

Além do depoimento do ex-secretário-geral do PS, que chegou a ser investigado no âmbito do processo Casa Pia, os documentos referem-se ao «episódio de 1982», em que dois alunos da instituição terão sido encontrados na casa de Jorge Ritto, onde alegadamente teriam visto fotos de Carlos Cruz em situações de abuso sexual de crianças.

Segundo os jornais, estariam na rede interna da CNPD os interrogatórios da PJ aos dois alunos, dados como desaparecidos quando rebentou o escândalo de pedofilia em 1982.

O advogado que representa os jovens da Casa Pia alegadamente abusados pelos arguidos no julgamento afirmou que «a ser verdade, todas as descobertas de algo que tenha a ver com o processo e que tinha desaparecido será importante para a descoberta da verdade».

«Se for verdade, foi entregue ao Ministério Público, que verá se tem interesse e juntará ou não ao processo, conforme o que entender, para o apuramento da verdade», disse ainda.

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