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Governo vai reduzir turmas de português no estrangeiro

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Federação Nacional de Educação diz que solução poderá passar pelo ensino à distância

O Governo vai reduzir o número de turmas com ensino de português no estrangeiro, o que aumentará o desemprego docente, alertou esta segunda-feira a Federação Nacional de Educação (FNE), para quem a solução poderá passar pelo ensino à distância, noticia a Lusa.

À saída de uma reunião com o Instituto Camões (IC), que gere a Rede de Docência de Língua e Cultura Portuguesas no estrangeiro, o secretário-geral da FNE, João Dias da Silva, disse ter recebido a informação de que «os cortes orçamentais também vão ter efeitos nesta área».

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Haverá «uma redução do número de grupos que vão ter, no próximo ano, o apoio no ensino de Português no estrangeiro, por isso vai haver redução do número de professores», concluiu.

João Dias da Silva afirmou que não está ainda definida a dimensão dos cortes, mas estimou que, se a redução ocorrer apenas a partir de Setembro de 2012 será muito significativa, mas se se antecipar deverá ser menor», pelo que é necessário encontrar uma solução em breve.

Esclareceu que alguns dos professores actualmente integrados na rede de ensino do português no estrangeiro fazem parte dos quadros de escolas em Portugal, por isso podem regressar para as suas escolas. No entanto, «há muitos mais que não têm escola e para quem o destino é pura e simplesmente o desemprego», lamentou.

A FNE comprometeu-se com o IC a contribuir para encontrar soluções que limitem os efeitos negativos desta redução, «quer do lado dos professores, quer do lado dos alunos».

«O que é negativo é que, por efeitos de redução orçamental, haja menor capacidade para fazermos uma oferta importante de ensino do Português no estrangeiro, principalmente para os nossos emigrantes», disse Dias da Silva.

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Questionado sobre o que acontecerá aos alunos cujas turmas sejam extintas, Dias da Silva afirmou que uns poderão ser redistribuídos por outros grupos, enquanto outros poderão passar a ter aulas por Internet.

«Ainda há um espaço de trabalho para a identificação dos critérios com que se fará a reformulação dos grupos/turma para a constituição da futura rede de ensino do Português no estrangeiro», disse.

No final da reunião desta segunda-feira, apenas a FNE prestou declarações. A agência Lusa tentou depois obter declarações da presidente do IC, Ana Paula Laborinho, o que ainda não foi possível.

O Instituto Camões gere uma Rede de Docência de Língua e Cultura Portuguesas no estrangeiro a nível pré-escolar, básico, secundário e superior em 69 países. Com 549 professores no Ensino Superior e 1.142 nos restantes níveis de ensino, a rede abrange 155 mil alunos.

Os cortes previstos no ensino de Português no estrangeiro já motivaram críticas do Sindicato dos Professores no Estrangeiro (SPE) e do Sindicato dos Professores das Comunidades Lusíadas (SPCL).

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