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Casa Pia: «Se prenderam Carlos Cruz é porque é verdade»

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Ex-apresentador de televisão quebra o silência e fala sobre o processo que o levou a estar meses preso e cuja sentença será conhecida a 9 de Julho

Actualizado às 22h15

Carlos Cruz, o ex-apresentador de televisão, quebrou o silêncio ao fim de sete anos e, em entrevista à TVI, falou sobre o processo da Casa Pia que o levou à prisão e a sentar-se no banco dos réus, acusado de abusos sexuais de menores.

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Para Carlos Cruz, o facto de ser uma pessoa mediática, dava credibilidade ao processo: «Se prenderam Carlos Cruz é porque é verdade».

«Em todos os processos de abusos sexuais, no mundo, há sempre uma pessoa mediática», defende. «Prender o Carlos Cruz era dar credibilidade ao processo», acrescenta.

Veja aqui toda a entrevista

Tal como escreveu, admite que tentou falar com o Procurador-geral da República, à época, Souto Moura para lhe pedir «uma investigação séria e rigorosa». E porquê? «Porque há muita incompetência no campo da investigação».

Henrique Garcia, o jornalista que conduziu a entrevista, quis saber se «eram todos incompetentes»? Os procuradores, investigadores e juízes, por quem o processo passou pelas mãos?

A resposta do ex-apresentador é clara: «Se lermos o processo e o povo vai lê-lo, porque vou colocá-lo no meu site, vão ver os erros, as mentiras... Havia vontade de me manter preso. Sendo culpado, a história era defensável».

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No próximo dia 9 de Julho será conhecida a sentença do mega-processo e se for condenado será «um erro judiciário», afirma o ex-apresentador. Sem admitir suspeitar que isso poderá acontecer, «porque é inocente», Carlos Cruz assume que as alterações de factos aceites pelos magistrados, que presidem o julgamento, são um «indício de condenação».

«Neste julgamento foi provada a minha inocência», defende Carlos Cruz e a acusação «só tem os depoimentos dos rapazes e nada mais», justifica.

Sem colocar em dúvida que os jovens foram, de facto, vítimas de abusos justifica a referência do seu nome e dos restantes arguidos, com excepção de Carlos Silvino, com o facto de «terem aparecido na televisão». Até porque, as «transferências de personagens são muito comuns» e havia um jovem que «nem se lembrava de nenhum nome, só dos rostos».

«Deram-lhes logo 50 mil euros». Na sua opinião «compraram os rapazes para não processarem o Estado».

O ex-apresentador lamentou também que os jornalistas tenham transformado «estes jovens em heróis nacionais» e que «os verdadeiros abusadores se estejam a rir».

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«A política é uma porca»

Há um dado objectivo, em especial, neste processo, que Carlos Cruz «não compreende». O facto de Paulo Pedroso não ter sido pronunciado. «Não ponho em causa a sua inocência, mas... os rapazes que o acusam são os mesmo que me acusam a mim, e, por mais crimes», relembra.

Mas se por um lado ressalva a «satisfação» de Pedroso não ter sido acusado, tal como «Ferro Rodrigues e Jaime Gama», Cruz não esquece o discurso de António Costa em relação ao processo, que mudou drasticamente após a detenção do deputado socialista. Algo que comenta com uma expressão Bordalo Pinheiro: «A política é uma porca».

Sem dúvida de que alguém «montou algo contra si», o ex-apresentador suspeita de quem tenha sido «o/os autor/autores». No entanto, «não se atreve a citar ninguém porque não tem provas e não acusa ninguém sem provas».

O motivo do seu encontro com o ex-presidente da República, Ramalho Eanes logo após as primeiras notícias foi justificado com o telefonema «de solidariedade» que recebeu deste.

«Corriam boatos, falavam em testemunhos. Precisei de alguém que me ajudesse a pensar, a organizar a cabeça», recorda.

De Carlos Silvino Silvino assume ter «alguma pena», porque também foi vítima da Casa Pia. Quanto a João Guerra que liderou a investigação disse que ficou «obcecado pela sua pessoa». Costa Macedo é, para si, «uma mulher perigosa» e Catalina uma «fundamentalista, irresponsável».

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