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Armas «marcam espaço nos bairros excluídos»

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O pároco do Prior Velho afirmou hoje que quem conhece a realidade dos bairros degradados tem a percepção de que a proliferação de armas continua a aumentar, apesar da nova Lei ter trazido aspectos positivos, noticia a Lusa.

O padre Valentim Gonçalves, que falava na audição «Dois anos depois: Onde estão as armas?», organizada hoje, em Lisboa, pelo Observatório sobre Produção, Comércio e Proliferação de Armas Ligeiras para fazer o balanço dos dois anos de vigência da nova Lei, sublinhou que as armas continuam «a marcar espaço nos bairros excluídos».

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«Existe insegurança há muitos anos. Se me perguntarem se a proliferação de armas diminuiu ou não, não sei. Mas tenho a percepção de que em alguns bairros a proliferação de armas continua a agravar-se, porque o clima de degradação social também tem aumentado», disse.

Armas de guerra num país em paz

Dando a conhecer casos específicos da realidade em que diariamente está inserido, o pároco do Prior Velho, zona oriental de Lisboa, salientou também que «é muito preocupante» a «impunidade com que os perpetuadores da violência e da insegurança» se têm vindo a mover nesses espaços.

O testemunho do padre Valentim Gonçalves foi um dos três depoimentos de interventores sociais que, na sessão de hoje, abordaram as condições sociais que levam à insegurança e à proliferação das armas ligeiras.

De acordo com aquele responsável, a falta de habitação condigna não «é o factor exclusivo» para este fenómeno mas um dos motivos, uma vez que a falta de habitabilidade se expressa «num sentimento de exclusão, dificulta o processo de uma inserção equilibrada e cria dificuldades acrescidas para o desenvolvimento das crianças e jovens».

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«As pessoas não podem ser vistas como o problema mas sim como parte da sua solução. O acolhimento é fundamental, pelo que é indispensável que no processo de realojamento, as pessoas sejam previamente informadas e formalmente responsabilizadas pela gestão dos novos espaços», acrescentou.

Por sua vez, Pedro Calado, coordenador do Programa Escolhas do Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural, afirmou ser «essencial» não «associar a proliferação e utilização de armas aos bairros onde existe uma grande comunidade imigrante: «Não é um problema exclusivo desses bairros. Não podemos correr o risco de etnizar esta questão», afirmou.

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