A audição do presidente do INEM teve hoje como pano de fundo a letra da música “Não há estrelas no céu”, com o deputado José Junqueiro a dar o primeiro acorde, questionando Paulo Campos se acha que “o mundo inteiro se uniu” para o tramar.
Solicitada pelo PS, a propósito das “graves disfuncionalidades na rede da emergência médica”, a audição começou com graves acusações do deputado socialista José Junqueiro, que elencou a diminuição de meios, físicos e humanos, o mau estar no interior do instituto e os inquéritos em curso como exemplos do que se passa no INEM.
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reforço de meios“O tempo de resposta aumentou, há menos meios e o prestígio do INEM está em causa”, afirmou José Junqueiro.
O deputado optou depois por sintetizar a sua intervenção com um trecho de uma música cantada por Rui Veloso e da autoria de Carlos Tê. “Acha que o mundo inteiro se uniu para o tramar?”, questionou.
O presidente do INEM, que sublinhou estar no cargo pela carreira que desenvolveu na área da emergência médica e não por escolha política, disse que sofreu “uma tentativa de assassinato de caráter nos últimos meses”, numa referência a denúncias de alegadas irregularidades e privilégios que o envolveram, bem como à sua mulher, e que estarão a ser investigadas.
Para Paulo Campos, e na senda da música de Rui Veloso, levada à audição por José Junqueiro, no INEM não existem agora “estrelas no céu”.
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“As nossas estrelas são os 1.226 profissionais, que deverão ser 1.642 ainda em 2015”, disse.
Sobre esta presença, José Junqueiro aproveitou para trazer de volta a música de Rui Veloso, avisando Paulo Campos de que, um dia, “por mais amigos que tenha”, se sentirá “sempre sozinho”.
Sobre o recurso ao trabalho extraordinário, um tema levado à audição pela deputada comunista Paula Santos, o presidente do INEM reconheceu que “30 por cento de horas extra, são muitas horas extra”.
“Com as leis que os deputados fazem, não pode o conselho diretivo do INEM subverter as regras da contratação pública”, disse Paulo Campos.
Durante a sua audição na Comissão, o presidente do INEM, Paulo Campos, também se referiu à greve dos técnicos de ambulância de emergência, garantindo que o protesto não afetou serviços e que estava a ter " uma adesão de zero por cento".
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