A defesa de Henrique Sotero, mais conhecido como «violador de Telheiras», requereu a abertura de instrução do processo para conseguir que fosse determinado, por um magistrado, a realização de uma perícia psiquiátrica e aferir a imputabilidade do seu cliente.
A decisão instrutória foi conhecida no passado dia 27 de Setembro e além de pronunciar Henrique Sotero pelos mesmos crimes pelos quais estava acusado, o juiz determinou ainda a realização da perícia. Esta será levada a cabo por especialistas do Instituto Nacional de Medicina Legal (INML).
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Fonte da defesa de Henrique Sotero confirmou ao tvi24.pt que o objectivo principal é ter esse documento na sua posse, quando começar o julgamento. Este será determinante no caminho a seguir, mas é certo que Sotero irá assumir os crimes em tribunal.
Num relatório realizado por António José Albuquerque, o psiquiatra que acompanha o «violador de Telheiras», desde Dezembro do ano passado, o especialista defende que o seu paciente não é «o típico abusador sexual ou um psicopata» e que sofre de «uma compulsão» que terá por base um distúrbio químico. «Algo que ficou controlado com a medicação», garantiu ao tvi24.pt fonte da defesa.
A ser provada a existência desta «compulsão», Henrique Sotero poderá ver a sua imputabilidade diminuída em tribunal. Isso não significa que seja inimputável, e não possa ser «responsabilizado» pelos seus actos, mas poderá ser uma atenuante na altura de ser definida uma pena.
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Recorde-se que Henrique Sotero, caso o tribunal considere provados os 74 crimes pelos quais está pronunciado, poderá ser condenado à pena máxima em Portugal: 25 anos.
Visitas da família
Henrique Sotero continua a receber visitas da família e da namorada, com quem já residia há alguns anos antes de ser detido. «Ele tem sido muito apoiado pela família», explica ao tvi24.pt fonte da sua defesa. Desde que começou a ser medicado, «ficou estável e não voltou a cometer crimes», acrescenta a mesma fonte.
No entanto, Henrique Sotero terá de explicar em tribunal porque só procurou ajuda psiquiátrica depois de ter sido abordado na rua, pela Polícia Judiciária, no âmbito da investigação ao «violador de Telheiras», em Novembro de 2009.
A rapidez da fase de instrução e a audição da maioria das vítimas para memória futura, faz a defesa de Henrique Sotero acreditar que o julgamento ainda pode começar este ano e ser rápido na sua conclusão.
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