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GNR em tribunal por disparar contra suspeitos

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Caso remonta a 2006. Militar diz que recorreu a uma arma de fogo por ser a alternativa que restava

O agente da GNR que em 2006 baleou mortalmente um jovem, durante uma perseguição no Porto, defendeu-se esta terça-feira em julgamento, dizendo que recorreu a uma arma de fogo por ser a alternativa que restava para imobilizar o veículo em fuga, informa a Lusa.

O agente sustentou que já tinha tomado outras medidas para obrigar o veículo a encostar e parar - nomeadamente recorrendo a um megafone - as quais «não surtiram efeito» pelo que «não restava alternativa» a não ser «recorrer a armas de fogo para imobilizar o veículo».

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No carro em fuga, e posteriormente baleado, seguiam quatro jovens, dois deles deitados no banco traseiro, um dos quais a vítima mortal Vítor Cruz, de 21 anos.

O soldado da GNR, que é acusado de dois crimes de homicídio simples (um consumado e um tentado) e um de ofensa à integridade física, admitiu que foi «o desconhecimento dos indivíduos que estavam atrás» que levou à escolha da arma utilizada (pistola metralhadora FAMAE-SAF).

Tiros para o ar e para os pneus

Durante a perseguição, que terminou na Avenida da Boavista, Pedro C. decidiu «pegar na FAMAE porque era a arma mais recente, dava maior segurança e tinha um mecanismo que permite maior eficácia» com a qual deu um primeiro «tiro de advertência para o ar».

Como o veículo não abrandou, o arguido fez três «disparos para o pneu para provocar o seu rebentamento», que «atingiram o pára-choques». Mais à frente, disse, «decidi efectuar mais dois tiros no sentido de imobilizar o veículo» e «daí a meia dúzia de metros o veículo imobilizou-se», relatou.

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«De imediato saímos do veículo (Pedro C. e agente da GNR com quem fazia patrulha) e vejo os dois indivíduos da frente (Bruno Filipe C. e Fábio T.) a saírem do veículo e a colocarem-se de joelhos à nossa frente com as mãos atrás das costas», explicou o soldado da GNR.

É quando vai proceder à «algemagem» que Pedro C. se apercebe de mais dois indivíduos deitados na parte de trás do veículo, constatando que um deles (Vítor Cruz) já estava morto.

Arma só usada em treinos

Durante a sessão, o arguido admitiu que nunca tinha usado a FAMAE-SAF em «situações policiais» mas apenas «em treinos» no exército onde foi militar durante oito anos.

Quando ao crime de ofensa à integridade física, imputado pelo Ministério Público por, alegadamente, ter agredido um dos ocupantes (Fábio T., que seguia na frente do veículo) à coronhada depois de este se ter entregue, Pedro C. disse que «é totalmente falso».

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