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Aborto «sem fiscalização»

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Associação garante que não há controlo sobre privados que realizam IVG. Até agora já foram feitos cerca de seis mil abortos

Quase um ano depois da vitória do «sim» no referendo sobre a despenalização do aborto, a associação Juntos Pela Vida reúne-se esta sexta-feira com o director-geral de Saúde, Francisco George.

Em comunicado enviado ao PortugalDiário, a associação diz que pretende ver respondidas questões como a «promoção do aborto sem fiscalização», assim como a garantia do «cumprimento dos termos da lei» e a preocupação com a «promoção da natalidade».

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No documento, a associação Juntos Pela Vida afirma que há «milhares de portugueses defraudados» com o modo de actuação «do poder político no que concerne ao aborto», devido à «falta de mecanismos de controlo das entidades públicas e privadas que fazem abortos» e à «omissão total quanto aos acordos de encaminhamento de mulheres de hospitais públicos para estabelecimentos privados para a realização de aborto».

Mil abortos por mês

Cerca de 6 mil mulheres abortaram a seu pedido nos quase seis meses que decorreram entre a legalização do acto e o final de Dezembro passado, disse hoje à Agência Lusa fonte oficial, o que constitui pouco mais de metade do valor previsto. Antes da realização do referendo que despenalizou a Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG), as autoridades de Saúde, com base na realidade de outros países europeus, calculavam que viessem a realizar-se 20 mil abortos legais por ano.

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A extrapolação do valor do primeiro semestre - menos 15 dias, já que a lei vigora desde 15 de Julho de 2007 - para um ano indica valores pouco superiores a 12 mil IVG, o que corresponde a cerca de 60 por cento do perspectivado.

O valor total (6.099) corresponde a 97 por cento das interrupções de gravidez realizadas em hospitais públicos e privados, precisou o presidente da Comissão Nacional de Saúde Materna e Neonatal, Jorge Branco. Os restantes três por cento (quase 190 casos) referem-se a situações clínicas ou impostas por outros motivos.

Aquele responsável congratula-se com estes valores aquém do previsto e acentua ainda o «grande predomínio» da interrupção da gravidez com recurso a medicamentos em vez da opção pela cirurgia.

Outro facto que realça é os 30 abortos realizados a menores de 15 anos - apenas 0,5 por cento do total, enquanto, por idades, a maior concentração ocorre no grupo de mulheres entre os 20 e os 34 anos: 4.124 IVG (65,8 por cento do total). Em mulheres com mais de 40 anos, os registos oficiais indicam 503 casos (oito por cento).

Por regiões, em Lisboa e Vale do Tejo realizaram-se mais de metade dos abortos (3.547), seguida da região Norte (1.173), Centro (382), Algarve (351) e Alentejo (147). Acresce ainda que dois terços do total de IVG foram realizados em instituições de Saúde públicas e os restantes em estabelecimentos privados, ainda segundo dados oficiais.

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