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Arguidos culpabilizam Maria das Dores

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O arguido João Paulo Silva confessou em tribunal que foi Maria das Dores quem lhe pediu para matar o marido, o empresário Paulo Cruz, mas que foi Paulo Jorge, outro implicado, que cometeu o homicídio, informa a agência Lusa.

Recorde-se que Maria das Dores Cruz, viúva do empresário assassinado em casa a 20 de Janeiro deste ano, e dois cúmplices, o ex-motorista da família João Paulo Silva e o carpinteiro Paulo Jorge Horta, começaram a ser julgados esta quarta-feira, na Boa-Hora, sob a acusação de homicídio qualificado.

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Os arguidos Paulo Jorge Horta (cabo-verdiano) e João Paulo Silva (brasileiro) aceitaram prestar esclarecimentos e incriminaram-se mutuamente. Porém, ambos confirmam que foi Maria das Dores a mandante do crime.

Paulo Jorge Horta, 28 anos, carpinteiro de profissão, foi o primeiro a ser interrogado, tendo negado «ter morto alguém» ou ser cúmplice do crime. «Sou inocente, não matei ninguém, fui enganado pelo João Paulo», afirmou o arguido no início do seu depoimento, com contradições com o que disse na Polícia Judiciária (PJ) e perante o juiz de Instrução Criminal.

Paulo Jorge alterou em audiência o seu depoimento, afirmando que apenas emprestou uma marreta (de 4,7 quilos) ao outro arguido, pensando que era para este «fazer um biscate» e que, posteriormente quando se apercebeu para o que era, «o tentou demover de cometer o homicídio».

O arguido contou uma nova versão da história que começou no dia 19 de Janeiro com uma tentativa de homicídio de Paulo Cruz, consumado num apartamento na Avenida António Augusto de Aguiar no dia seguinte.

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«João Paulo tinha a chave do apartamento e, só quando entrámos, é que me disse que uma mulher lhe tinha pago para matar o marido que a maltratava», disse, acrescentando que foi ameaçado com uma pistola com a frase: «Ou ficas quieto ou apanhas por tabela».

Nesta altura Paulo Jorge emocionou-se e começou a chorar, dizendo que teve pena da vítima: «O senhor sofreu tanto, fiquei tão assustado, foi um pesadelo».

Este depoimento do arguido entra em contradição com o que fez na PJ e no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) a 16 de Fevereiro, facto que irritou o juiz Carlos Alexandre, dado que, segundo este, «coloca em causa a honorabilidade do colega juiz».

Paulo Jorge justifica esta alteração de depoimento por ter sido «pressionado pela PJ» e de não ter lido com atenção o seu primeiro depoimento, afirmando mesmo que se sentia responsável «por não ter contado logo à Polícia e não ter auxiliado a vítima».

A outra versão

Na parte final da audiência foi a vez João Paulo contar a sua versão dos factos, dizendo que foi Paulo Jorge quem matou (com golpes de marreta) o empresário e que desde o início teve conhecimento da intenção de cometerem o crime.

O ex-motorista da família afirmou que foi Maria das Dores quem lhe pediu para matar o marido, a troco de 150 mil euros, alegando maus-tratos, infidelidade e desavenças, mas que sempre tentou contornar a situação «porque não tinha coragem de o fazer».

A arguida Maria das Dores não quis prestar esclarecimentos, tendo saído da sala de audiências sem ouvir o depoimento dos outros dois arguidos.

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