José Manuel Marques, o ex-vice presidente do Instituto de Conservação da Natureza é um dos principais suspeitos da polícia inglesa no caso Freeport, acusa José Sócrates, enquanto ministro do Ambiente, de o ter pressionado no chamado «Projecto Abano», um empreendimento turístico na zona do Parque Natura Sintra-Cascais.
O caso chegou mesmo aos tribunais e acabou com José Manuel afastado do Instituto de Conservação da Natureza e de todos os cargos do Ministério do Ambiente.
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Uma guerra pessoal que, segundo Charles Smith, justifica os subornos que terão sido pagos a José Manuel Marques no processo de licenciamento do Freeport.
Numa entrevista exclusiva à TVI, José Manuel Marques admite ter denunciado irregularidades flagrantes que terá detectado no processo do Freeport, mas garante que nunca recebeu luvar para facilitar o seu andamento.
Pela primeira vez, admite ter trabalhado como consultor para a Freeport, e quanto às escutas que o apanharam a dizer que José Sócrater terá recebido 500 mil contos para que licenciasse o Freeport, diz agora que não se lembra de nada.
«No processo poucas coisas foram normais», reconhece, explicando que a informação que recebeu foi que o secretário de Estado tinha mandado «chumbar o projecto». José Manuel Marques assegura que não recebeu luvas e os 1980 euros pagos pela Freeport serviram para compensar serviços prestados: «Tive um contracto exclusivo com a Freeport, mas para um curto espaço de tempo».
Quanto à acusação de que seria um homem perigoso, refere ter alertado o presidente da câmara para as ilegalidades que existiam no caso, bem como os administradores do Freeport. Quanto a Charles Smith, diz ter trocado com ele «algumas impressões». Ainda assim, não sabe se passou a ser «incomodativo» após esta ter assumido esta postura.
No que se refere às suas declarações constantes nas escutas, já não é tão esclarecedor: «Não me lembro nada de ter dito isso, refere, comentando a seguinte afirmação: «Vão chatear o Sócrates, que ele é que recebeu os 500 mil».
José Manuel Marques já foi ouvido pela Polícia Judiciária e pelo Ministério Público. Resta saber o que lhes contou.
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