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Intermezzo: advogado de arguidos admite renunciar

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Por que considera que a sua ética profissional foi posta em causa

O advogado António Vilar admitiu hoje renunciar à defesa dos irmãos franceses acusados de matarem o velejador André le Floch ao largo de Sagres em 2006, por considerar que a sua ética profissional foi posta em causa.

Em declarações aos jornalistas, citadas pela agência Lusa, António Vilar refere, contudo, que a decisão de renunciar à defesa dos dois arguidos, Corinne Gaspar e Thierry Beilley, só será conhecida no início da próxima semana, «após conversar com Thierry e com o advogado francês».

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«Fiquei surpreendido quando disseram que não falavam em julgamento, depois de termos decidido a estratégia de defesa», declarou Vilar, acrescentando que a posição de Thierry demonstra querer um julgamento mediático, «coisa que eu não faço».

António Vilar assumiu a defesa em Agosto deste ano dos dois arguidos franceses e revelou que esta nova situação causa mal-estar, provocando «algo amargo».

Segundo o causídico António Vilar, o advogado francês não esteve presente na audiência de hoje devido à greve no sector da aviação.

Thierry Beilley, 50 anos, durante o julgamento manifestou a intenção de que fosse um advogado francês, Gilbert Conard, a fazer a sua defesa, repetindo várias vezes que o causídico António Vilar não estava a fazer as perguntas que ele gostaria que fossem colocadas às testemunhas.

Na sessão de hoje foram ouvidas quatro testemunhas das 18 arroladas no processo, três das quais inspectores da Polícia Judiciária.

Entre as testemunhas arroladas, quatro delas não compareceram à audiência de hoje no Tribunal de Lagos, entre elas o ex-coordenador da Departamento de Investigação Criminal de PJ de Portimão, Gonçalo Amaral, devido ao facto de o Tribunal de Lagos não ter conseguido notificá-las.

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De acordo com o Tribunal de Lagos, Corinne e Thierry - segundo esta instância judicial, são irmãos e não meio-irmãos, como tinha sido veiculado - são acusados dos crimes de homicídio qualificado, roubo e tentativa de ocultação do cadáver de André Le Floch.

Roubo terá sido premeditado

Segundo a acusação, o roubo terá sido premeditado dois ou três dias antes da morte de Le Floch pelos dois irmãos franceses.

A acusação refere também que os três tripulantes efectuaram um passeio pela costa algarvia a partir de Olhão e ao largo de Sagres.

Os dois irmãos terão alegadamente provocado a morte de Le Floch com a intenção de ficarem com o barco «Intermezzo».

A morte de André Le Floch foi provocada por asfixia com estrangulamento, tendo o corpo sido preso por cordas a objectos com cerca de 40 quilos após a sua morte, disse uma das testemunhas inspector da Polícia Judiciária.

Enquanto a arguida Corine se mostrou mais calma durante a primeira sessão, Thierry apresentou sinais de inquietação ao longo de toda a audiência, cerca de duas horas e meia, enviando mensagens escritas e orais para o seu ainda advogado, António Vilar.

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