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Ambulância ignora cancela fechada

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Fotos: comboio abalroou viatura médica. Acidente fez quatro mortos

«Entre as duas pás das cancelas da passagem de nível cabe bem um carro», denuncia Manuel Oliveira, um dos moradores de Montijos, Monte Redondo, Leiria, proprietário de uma gasolineira situada a cerca de duzentos metros do local do acidente que ocorreu na manhã desta terça-feira, entre uma automotora e uma ambulância.

Todos os ocupantes da viatura, que se deslocava em direcção a uma clínica, em Leiria, onde o casal de idosos, de 73 e 75 anos e a filha de ambos, invisual, iam fazer fisioterapia, tiveram morte imediata quando a condutora da ambulância, uma mulher de 37 anos, experiente nesta ocupação, terá ignorado o sinal de aproximação de um comboio e feito o que muitos fazem ali: passou com a viatura entre as pás da cancela da passagem de nível.

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O acidente deixou a população em estado de choque e o INEM fez deslocar para o local uma equipa de psicólogos para prestar auxílio aos familiares das vítimas mortais, cujos destroços de três dos corpos ficaram em estado irreconhecível, destroçados, ao longo de 250 metros dos carris.

Segundo Sandra Silva, que momentos antes havia ultrapassado a viatura sinistrada, afirmou que a ambulância «seguia normalmente» e que o embate ocorreu depois de a viatura médica ter tentado ultrapassar as cancelas da linha ferroviária do Oeste, que estavam descidas.

Logo a seguir ao seu veículo ter atravessado a passagem de nível, as cancelas desceram, garante Sandra Silva, que não ouviu o estrondo da colisão e só se apercebeu do acidente já na freguesia vizinha da Ortigosa.

População pediu passagem aérea há anos

«Muitas pessoas têm morrido ali porque as cancelas não tapam a totalidade da passagem», explica Manuel Oliveira, que confessa ter feito vários apelos, ao longo dos anos, sobre o perigo da passagem de viaturas quando o sinal avisa a passagem iminente de comboios: «Pensam que dá sempre tempo», explica.

«A população já pediu à Refer uma passagem aérea, mas o que tem recebido em troca é a má vontade desta empresa, que nos tem ignorado, apesar de várias mortes se terem registado ali. E é uma empresa do Estado, mas este só pensa em TGV`s e pontes sobre o Tejo, e esquece-se das populações», diz Manuel Oliveira.

O PortugalDiário apurou junto de fonte do gabinete de comunicação da Refer que a empresa «não irá realizar uma passagem rodoviária aérea» onde ocorreu o acidente desta terça-feira. A Refer «está em negociações com a câmara de Leiria, desde o final de 2007, para encontrar uma solução para as passagens de nível do concelho». A mesma fonte acrescentou que «dentro de um mês a negociação deverá estar concluída».

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