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Caso Joana: médico diz que lesões não correspondem às fotos

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Clínico que assistiu Leonor Cipriano conta o que viu

O médico que assistiu Leonor Cipriano no Centro de Saúde de Odemira algumas horas após as alegadas agressões disse hoje em tribunal que as lesões que viu não correspondiam às visíveis numa das fotografias que lhe tiraram, informa a agência Lusa.

Reconhecendo não ser especialista em medicina legal, por exercer clínica-geral, o médico, que prestou depoimento por vídeo-conferência, afirmou que as lesões visíveis na foto que lhe foi mostrada, através daquele equipamento, não correspondiam às que viu.

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Leonor Cipriano vai pedir acusação autónoma contra Gonçalo Amaral

O clínico foi a segunda testemunha a ser ouvida na quarta sessão do julgamento, depois de o tribunal ter terminado a inquirição à funcionária da prisão que fotografou Leonor Cipriano, interrompida na sessão anterior do julgamento, há duas semanas.

Segundo o médico, a mãe de Joana apresentava lesões na área facial, frontal e temporal direita e não do lado esquerdo, tal como aparece na fotografia que lhe foi mostrada pelo tribunal, em que Leonor apresenta lesões nos dois lados na face, na zona dos olhos.

De acordo com o clínico, apesar de ser possível que haja uma drenagem de sangue no sentido descendente passadas algumas horas de serem infligidas agressões, é pouco provável que isso tenha sucedido, só se Leonor tivesse estado deitada durante horas para o lado esquerdo.

«O que vi foi uma pancada única e muito forte, do lado direito», assegurou, observando que, na sua opinião, seria «impossível» que as lesões alastrassem para o lado esquerdo da face, até porque Leonor deve ter estado sentada ou de pé nesse dia e nunca deitada. Disse ainda que Leonor Cipriano se recusou a mostrar-lhe o corpo, alegando que não tinha mais lesões para além das que apresentava na face e que não valia a pena o médico observá-la mais pormenorizadamente.

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Segundo o clínico, apesar de ter confiado na informação da paciente, foi nessa altura que estranhou a explicação dada para as lesões - que teria batido com a cabeça na parede quando se tentou atirar das escadas numa tentativa de se matar -, já que uma queda dessa natureza provocaria lesões corporais.

Acusações a Gonçalo Amaral

Na parte da manhã, foi também ouvido o director da Direcção Central de Combate ao Banditismo (DCCB) na altura dos factos, José Ferreira Leite, que confirmou a ida de uma equipa para o Algarve para reforçar a investigação. Afirmou ainda desconhecer quem era o responsável por coordenar as operações do caso Joana, se Gonçalo Amaral ou o director-nacional adjunto, Guilhermino da Encarnação, uma vez que era a directoria de Faro que decidia as acções no terreno.

No final da primeira parte da audiência, Rodrigo Santiago, da Ordem dos Advogados, que se constituiu assistente no processo, apresentou um requerimento a pedir que seja ouvido em tribunal o presidente do Instituto Nacional de Medicina Legal, por ter conhecimentos específicos de ciências médico-legais.

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À saída do tribunal, o advogado de Leonor Cipriano, Marcos Aragão Correia, reiterou a sua intenção de que o Ministério Público deduza acusação contra Gonçalo Amaral, em processo autónomo, por alegada tortura, já que ele é o «principal responsável» pelas agressões de que Leonor foi alegadamente vítima.

«A acusação foi incompleta e não posso aceitar que o principal responsável pela tortura não seja punido», referiu aos jornalistas, recordando ainda as alegadas falsas declarações proferidas em tribunal por Gonçalo Amaral e que mereceram a apresentação de uma queixa-crime, por parte da defesa de Leonor.

O advogado de Gonçalo Amaral, António Cabrita, afirmou que prefere esperar para ver se vai ou não ser deduzida acusação e sublinhou que durante o julgamento não houve alteração dos factos nem produção de prova que justifique novo processo.

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