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McCann contactaram testemunha que incrimina Gerry

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Irlandês diz ter visto homem a carregar uma criança na noite do desaparecimento. PJ desconsidera depoimento porque pai estava no restaurante. Mas funcionários não conseguem dizer quem é quem nas entradas e saídas do grupo naquela noite

Os McCann contactaram a família irlandesa Smith, que diz ter visto Gerry, com 60 a 80 por cento de certeza, a carregar uma menina em direcção à praia, na noite em que Maddie desapareceu. No entanto, o contacto terá sido efectuado com o intuito de elaborar um retrato-robot do alegado raptor, segundo o que irlandês contou à polícia do seu país.

No processo do caso Maddie, este contacto terá sido feito por Brian Kennedy, o milionário escocês que ajudou os McCann financeiramente na busca da filha. O oficial irlandês que interroga M. Smith, em Dublin, escreve, na comunicação à polícia portuguesa, que Smith recusou-se a participar na elaboração do retrato e que não contou a história do que viu ao amigo dos McCann.

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O momento em que os pais de Maddie contactam M. Smith não é claro. No entanto, a testemunha irlandesa só o refere às autoridades quando é ouvida a 23 de Janeiro, depois de a 9 de Setembro ter visto as notícias na televisão que lhe avivaram a memória: quando Gerry desembarca no Reino Unido e vira a cabeça para baixo, M. Smith identifica o gesto como sendo semelhante ao que viu na Praia da Luz quatro meses antes.

O que despertou a memória de Smith?

Dias depois deste «clique», o irlandês contou à polícia de Leicestershire as suas suspeitas; a testemunha disse ainda que pode ter sido a forma como Gerry transportava um dos gémeos que o fez sentir que o homem que avistou perto do Ocean Clube podia ser o pai de Maddie.

Smith esclarece mesmo que falou desta percepção com os restantes membros da sua família, que também avistaram o homem com a criança ao colo na Praia da Luz, mas só a sua mulher teve a mesma sensação. No entanto, esta não quis prestar depoimento.

M. Smith conta também que foi assediado pela imprensa que publicou declarações falsas em seu nome e que, pelo menos, seis jornais pediram desculpa. O polícia irlandês, que conduziu a inquirição, refere que não acredita que Smith esteja a tentar agradar a imprensa, uma vez que é, a seu ver, uma pessoa autêntica e conhecida localmente como um homem muito decente.

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Recorde-se que o alegado raptor foi visto por toda a família, sendo que a convicção dos três membros, ouvidos pela PJ, a 26 de Maio de 2007, era de que a criança era Madeleine. A rua onde ocorreu o encontro tem cerca de cinco metros de largura.

PJ deixa cair pista?

Após o contacto de M. Smith às autoridades britânicas a polícia portuguesa é informada desta nova percepção do irlandês. A 27 de Setembro, a PJ contacta a testemunha e confirma a informação, assim como a disponibilidade desta se deslocar a Portugal, mais uma vez, para novo depoimento. Uma viagem que nunca chega a acontecer.

Depois da saída de Gonçalo Amaral, a 2 de Outubro, a PJ solicita novo depoimento da testemunha através da polícia irlandesa. O mesmo só é efectuado no final de Janeiro, quatro meses depois, e chega às mãos da PJ a 19 de Fevereiro.

Contudo, o testemunho dos Smith foi desconsiderado pelas autoridades portuguesas, porque foi apurado que à hora do avistamento Gerry estava no restaurante Tapas. Segundo o processo, esta informação foi corroborada pelos amigos do casal e não contestada pelos empregados, que não conseguem identificar quem é quem e a que horas os elementos do grupo saiam e entravam do restaurante.

Recorde-se ainda que o MP reconhece contradições nos depoimentos dos amigos, tendo, considerado que a reconstituição seria uma diligência importantíssima, de forma a esclarecer as incoerências.

Sem indícios que o casal McCann tenha cometido qualquer crime, o MP determinou o arquivamento do processo. No passado dia 21 de Julho, Kate e Gerry, juntamente com Robert Murat, viram levantado o estatuto de arguido.

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