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Maddie: «Há limites para tudo»

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Turistas não fugiram da Praia da Luz, mas um ano depois ninguém quer falar sobre o desaparecimento

Um ano depois do desaparecimento da menina inglesa Madeleine McCann, reina uma aparente normalidade na Praia da Luz, aldeia acostada ao mar e ao turismo. A atitude de reserva e medo dos habitantes e a vontade de esquecer o caso «Maddie» sobrepõem-se à espontaneidade em falar do mistério.

«Está tudo igual, não há diferença no número de turistas nesta altura em relação ao ano passado», diz à Lusa, quase em surdina, uma empregada de limpeza do Ocean Club.

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São 10:30 e mais de 25 graus ao sol. O apartamento do rés-do-chão de onde Madeleine desapareceu há um ano foi vendido a ingleses. As janelas totalmente fechadas sem deixar a luz penetrar, ao contrário dos apartamentos contíguos, é um indício de que ninguém está ali de férias.

«Há menos gente nesta altura do ano, mas a culpa pode não ser só do desaparecimento da menina, agora há outros destinos turísticos mais baratos como o Egipto ou a Turquia», justifica uma varredora da Multiserviços a trabalhar junto apartamento de onde Maddie desapareceu.

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Uma das piscinas do Ocean Club onde os McCann e os amigos costumavam banhar-se está quase vazia, apenas uma mãe e dois filhos descansam por ali perto nas espreguiçadeiras. Agora os veraneantes do Ocean Club refugiam-se numa piscina mais reservada do resort, novas directivas do clube, conta à Lusa uma fonte que pediu anonimato.

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Os dois campos de ténis do Ocean Club onde o pai de Madeleine costumava jogar estão vazios.

Antes de chegar à recepção do Ocean Club continua a ler-se «Por favor queira mostrar o seu cartão de associado. Obrigada». Um clube restrito onde jornalistas não podem entrar.

A escassos metros do apartamento, está a casa «Liliana», de Robert Murat, o primeiro arguido do caso «Maddie». Há três arguidos actualmente: Murat e os pais. Também na vivenda de Murat não se vê movimento, apenas uma viatura cinzenta metalizada estacionada no interior do pátio.

Uma missa, um ano depois

Junto à Igreja da Nossa Senhora da Luz, frequentada pelos pais de Maddie, logo depois do desaparecimento da filha, pode ler-se, num «placard», um convite à população: «Junta-te a nós no sábado dia 3 de Maio, pelas 18:30, na celebração ecuménica pela Madeleine McCann desaparecida na nossa Praia da Luz há exactamente um ano».

O secretário da Junta de Freguesia da Praia da Luz, João Arribança, 63 anos, lembrou que o padre português decidiu não dar mais entrevistas porque ficou incomodado com certas conexões feitas entre a igreja e o desaparecimento da menina.

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«Ainda tenho esperança, para bem de muita gente, que a verdade venha à tona. Chocou muito a aldeia. O caso sucedeu e não o conseguimos explicar», observou aquele responsável.

Limites para tudo

«Acho que há limites para tudo», lança, do alto da sua bicicleta, Pedro Melo, de 26 anos, durante as acrobacias de BMX «free style» (estilo livre), desporto que pratica todos os dias em frente à Igreja de Nossa Senhora da Luz.

Para o jovem filho da terra é incomodativo virem pessoas passar férias ao Algarve e deslocarem-se à Praia da Luz só para virem apreciar e conhecer o sítio de onde desapareceu uma menina, como se fosse um santuário.

Um empregado do resort Ocean Club, que pediu anonimato, comenta que muitas vezes mandam as crianças para junto dos empregados: «nós é que temos de os aturar, mas ninguém me paga para ser babysitter, não sou pai», dispara.

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