Trinta estudantes concentraram-se hoje frente à Reitoria da Universidade do Porto (UP) contra o que classificaram como o «negócio» dos empréstimos bancários proposto pelo Governo para quem não tem dinheiro para pagar as propinas universitárias, escreve a agência Lusa.
«O Governo, o que fez, foi injectar o dinheiro nos bancos para eles nos emprestarem a nós. Porque é que não dão o dinheiro directamente aos estudantes ou às escolas?», afirmou um dos organizadores da manifestação, António Valpaços, aluno da Faculdade de Letras da UP.
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António Valpaços considerou «errada» a ideia dos empréstimos, salientando que, com as actuais dificuldades do mercado de trabalho, os estudantes arriscam-se a não ter dinheiro para pagar a dívida no final do curso, por ficarem no desemprego.
O estudante responsabilizou também o Governo pelos atrasos no pagamento de bolsas aos estudantes mais carenciados e defendeu «uma escola gratuita e de qualidade para todos».
António Valpaços criticou ainda a redução da representação dos estudantes nos órgãos de gestão das universidades e institutos politécnicos, e a indefinição do Governo sobre o financiamento dos mestrados.
«Isto não é o momento alto da luta. Muitos mais temos de estar aqui», afirmou António Valpaços, lamentando a fraca adesão ao protesto.
O organizador criticou a Federação Académica do Porto (FAP) por «nada fazer» contra os «ataques» ao ensino superior público gratuito e de qualidade.
«Nada se está a fazer e o descontentamento é grande», frisou, prometendo novos protestos.
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