A Câmara de Mirandela vai promover um referendo popular sobre a linha do Tua, cujo resultado pode inviabilizar a construção da barragem que ameaça a ferrovia, anunciou esta segunda-feira o autarca local, José Silvano, informa a Lusa.
Esta primeira iniciativa de auscultação da população no distrito de Bragança está apenas dependente do parecer do Tribunal Constitucional, acrescentou o presidente da Câmara.
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A pergunta que o município pretende fazer, aos cerca de 26 mil eleitores do concelho de Mirandela, é: «Concorda com a manutenção da linha ferroviária do Tua?».
Os últimos 60 quilómetros de caminho-de-ferro do Nordeste Transmontano ganharam dimensão nacional, nos últimos dois anos, com a sucessão de acidentes, que provocaram quatro mortos, e a construção da barragem que ameaça submergir parte da linha.
De acordo com o autarca social-democrata, se a resposta for afirmativa e se votarem mais de metade dos eleitores «este referendo será vinculativo e inviabilizará a construção da barragem» de Foz Tua.
Segundo explicou, se a população manifestar expressamente a defesa da manutenção da linha, a barragem não poderá submergir nenhum troço da mesma.
De acordo com os estudos técnicos, independentemente da cota que vier a ser adoptada, a barragem de Foz Tua submergirá, pelo menos, os últimos 14 quilómetros da linha da Tua, cortando a ligação à linha do Douro e ao litoral.
Este cenário é encarado na região como o fim da linha que deixaria de ter utilidade, quer em termos de transporte comercial, quer turísticos, pois o comboio deixaria de circular na zona mais atractiva desta via estreita considerada das mais belas do mundo.
Segundo disse à Lusa o autarca social-democrata, a Câmara de Mirandela vai aprovar quarta-feira a proposta de referendo e a respectiva pergunta, que será levada à apreciação da assembleia municipal em Fevereiro.
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