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Cimeira: 42 detidos no Parque das Nações

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Activistas protestavam em cima de um túnel no cruzamento de duas avenidas. PSP fala de desobediência à autoridade e alteração da ordem pública

Última actualização às 13:55

Quarenta e dois activistas anti-NATO foram levados pela PSP para serem identificados por desobediência à autoridade e alteração da ordem pública. Entre eles, nove são portugueses.

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Carlos Pérez, da Rede Espanhola Alternativa Anti-militarista, explicou ao tvi24.pt que foram realizados dois protestos em simultâneo, a partir das nove da manhã. No primeiro, 21 elementos prenderam-se uns aos outros com correntes de bicicletas, no cruzamento da avenida Infante D. Henriques com a avenida de Pádua.

Outros três indivíduos, no meio do cruzamento, deitaram tinta por cima de si, simulando sangue, quando chegou o primeiro carro da polícia.

A apoiar este protesto estavam ainda cerca de outros 20 activistas. No total seriam cerca de 40 a 45 manifestantes, de várias nacionalidades, nove deles portugueses.

O grosso do contingente policial chegou cerca de 25 minutos depois, começando a retirar os manifestantes. Os bombeiros também tiveram de ir ao local para cortar as correntes de dois que estavam presos, segundo disse ao tvi24.pt um repórter fotográfico de um jornal belga que se encontrava no local na altura.

Em declarações ao tvi24.pt, o porta-voz da PSP, Paulo Flor, confirmou apenas algumas pessoas foram identificadas e retiradas da faixa de rodagem na Avenida de Pádua, já que tinham bloqueado a estrada. Mas foi apurado depois que foram levadas 42 pessoas para identificação.

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Segundo a agência Lusa, os activistas manifestaram-se com barulho, mas pacificamente, nas imediações do Parque das Nações, onde decorre a cimeira da NATO, num protesto que mobilizou outras tantas dezenas de elementos policiais.

Inicialmente, concentraram-se em cima de um dos túneis, no cruzamento das duas avenidas, fazendo-se ouvir ao som de tambores e envergando uma faixa em que se lia «NATO Game Over».

Os detidos foram encaminhados para as carrinhas do Corpo de Intervenção da PSP, que os conduziu para o Comando Metropolitano.

«Isto não é uma bomba, é um frasco para fazer chichi», refilava revoltado um cidadão que queria atravessar o cruzamento, acabando por conseguir, devido à insistência, relata a Lusa.

Ouvidos esta tarde pelo juiz

Os activistas estão agora na zona prisional de Monsanto, onde aguardam o momento de serem presentes a um juiz e ainda não falaram com os seus advogados. A informação foi dada à agência Lusa pelo advogado da plataforma anti-NATO, que esta manhã já tentou falar com os activistas detidos e que foi impedido pela polícia, justificando a PSP que ainda não tinham sido identificados.

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O advogado José Preto garantiu que houve 42 detenções e criticou o procedimento da polícia, considerando-o «absolutamente ilegal». «A simples presença diante de uma entidade com poderes de autoridade, mesmo para identificação, faz nascer o direito de estar acompanhado por advogado», explicou à Lusa.

«Vamos apurar o que aconteceu, pelos vistos vai haver um processo criminal», afirmou o advogado, lembrando que «a manifestação não é só um direito, é uma liberdade que não é susceptível de autorização». «A liberdade de manifestação não pode ser criminalizada», alertou.

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