Pais e encarregados de educação estão assustados com as reduções previstas na proposta de orçamento do Ministério da Educação e Ciência para 2012, temendo que aumentem a insegurança nas escolas e os casos de violência e fome.
«Estamos bastante preocupados com todos estes cortes, não só na Educação, mas também na Segurança Social, que tem a ver com ação social escolar», disse à agência Lusa a presidente da Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIP), Maria José Viseu.
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A CNIP adverte que, havendo menos dinheiro para as escolas, estará em causa a «qualidade da educação».
Os pais preocupam-se com a redução de despesa conseguida à custa da contenção nas contratações, seja de docentes, auxiliares, psicólogos ou assistentes sociais, lembrando que também as autarquias, com as quais as escolas devem estar articuladas, estão sujeitas a cortes orçamentais. A tudo isto acrescem as dificuldades que as famílias enfrentam cada vez mais.
«Vai aumentar a falta de pessoal e a instabilidade», antevê a presidente da CNIP, alertando: «Se temos uma criança com fome na escola, não podemos pensar em sucesso educativo porque ela não consegue estudar».
Também o presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP), Albino Almeida, não tem dúvidas em afirmar que o cenário é «muito mau». Se a redução de professores deixa à CONFAP «muitas dúvidas», restringir a contratação de outros profissionais necessários às escolas, como os psicólogos, não é motivo de menor preocupação.
«Os psicólogos têm um papel fundamental, se demoram muito a chegar às escolas, vão ser precisos psiquiatras, com o agravamento da condição das famílias», desabafou.
A CONFAP equaciona pedir uma reunião ao Ministério da Educação para obter esclarecimentos, nomeadamente sobre as escolas que vão encerrar no próximo ano, como ficará o número de alunos por turma e como serão colmatadas as necessidades de crianças com dificuldades de aprendizagem.
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