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Maddie: embaixador luso queixa-se de insulto

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«Mantenha fechada a boca estúpida e trituradora de sardinhas», escreveu cronista britânico

A embaixada portuguesa no Reino Unido apresentou hoje um protesto veemente junto do órgão de regulamentação da imprensa britânica contra um artigo do tablóide «Daily Mirror» que insultou o embaixador por declarações sobre o caso Madeleine.

«Apresentámos hoje um protesto veemente devido ao teor ofensivo e insultuoso do artigo e pedindo [à comissão para as queixas sobre a imprensa britânica] que tome medidas adequadas», revelou à agência fonte diplomática da representação portuguesa em Londres.

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Em causa está uma crónica no diário «Daily Mirror» publicada na segunda-feira onde o autor qualifica declarações do embaixador português no Reino Unido, António Santana Carlos, sobre o «caso Madeleine» como «estúpidas e desnecessárias».

Assinado pelo polémico jornalista Tony Parsons, este cita uma entrevista do diplomata ao diário «The Times» no passado sábado.

Nesta, o embaixador afirma que em Portugal «as famílias vivem todas juntas», razão pela qual, sugere, alguns portugueses terão criticado os McCann por terem deixado os seus filhos sozinhos a dormir num apartamento enquanto jantavam num restaurante próximo.

«Eles erraram, embaixador. As vidas deles foram destruídas. Isso é um castigo suficiente, sem os seus comentários estúpidos e desnecessários», escreve o articulista do Mirror, que aconselha que no futuro Santana Carlos «mantenha fechada a boca estúpida e trituradora de sardinhas».

De acordo com a mesma fonte, foi enviada uma «nota verbal», instrumento diplomático à disposição das embaixadas, «factual e sintética», onde se protesta contra o «abuso de liberdade de expressão» do referido texto.

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O conteúdo da crónica, assim como o provocador título «Oh, up yours, senor», foi considerado por vários portugueses como uma «ofensa escandalosa», iniciando uma corrente de correios electrónicos a incitar a apresentação de uma queixa ao órgão [Press Complaints Comission em inglês, PCC].

Os autores deste apelo invocam uma infracção à lei de ordem pública de 1986, a qual proíbe os insultos raciais ou o uso de termos que instiguem o ódio racial, e que no artigo em causa teria atingido os portugueses.

Um porta-voz da PCC confirmou na quarta-feira à agência Lusa a recepção de cerca de 50 queixas, na maioria de cidadãos portugueses, contra a crónica de Tony Parsons, cujo conteúdo está a analisar para «decidir se se justifica uma investigação mais profunda», o que deverá acontecer dentro de duas a três semanas.

Se a publicação foi considerada culpada, esta poderá ser obrigada a retratar-se nas suas páginas.

O assunto originou também dezenas de comentários na página electrónica do tablóide, onde pessoas de diferentes nacionalidades, incluindo vários que se identificam como britânicos, condenam Parsons, enquanto outros concordam.

Desde o início da semana, quando o artigo foi publicado, que chegaram à embaixada «manifestações de solidariedade e apreço de portugueses e britânicos», adiantou à Lusa a fonte diplomática.

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