«Era uma casa muito engraçada, não tinha tecto não tinha nada». A musica entoada ao frio à porta do Instituto de Habitação e de Reabilitação Urbana (IHRU), é o grito de revolta dos jovens que não podem candidatar-se ao incentivo de arrendamento Porta 65 e que pedem ao governo que mude as regras do jogo.
São poucos, organizados por um movimento espontâneo que começou num blog, mas estão esta quinta-feira em protesto simultâneo em Lisboa, Porto e Coimbra.
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João Cleto, impulsionador do blog «Porta 65 fechada» atribui a fraca mobilização ao «pouco tempo para preparar o protesto e aos parcos meios de divulgação». Mas não tem dúvidas que «há quem tenha medo de dar a cara».
São pouco mais de 20 jovens em volta de uma dúzia de casas de cartão, à porta do IHRU a usar a música de António Jobim e a letra de quem vai ver o subsídio por um canudo.
Pela plataforma «Artigo 65», uma associação permanente sobre as questões de habitação, Miguel Graça explica que se associou a esta causa porque já foi em tempos um beneficiário do Incentivo ao Arrendamento Jovem (IAJ).
A concentração foi autorizada pelo Governo Civil e o dispositivo policial enviado rapidamente desmobilizou tendendo ao número de protestantes e à pacificidade.
Helena Roseta, vereadora da Câmara Municipal de Lisboa, que está preocupada com «a desertificação dos centros urbanos e a forma como condenam os jovens às periferias», esteve na manifestação e ajudou o coro a entoar a música de protesto contra as regras do novo incentivo: «Era uma casa muito engraçada, não tinha tecto não tinha nada, ninguém podia entrar nela não, porque a casa não tinha chão».
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