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Ministro mantém tabu sobre números da criminalidade

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Rui Pereira foi à Assembleia da República dizer que ainda não tem dados relativos ao último trimestre de 2008

Um dia depois de ter apresentado a Estratégia de Segurança para 2009, o ministro da Administração Interna foi até à primeira comissão parlamentar para manter o tabu sobre os números da criminalidade em 2008. Apesar de já estarmos no mês de Fevereiro, Rui Pereira assegura não possuir dados concretos, pelo que não faz qualquer comentário.

«Não vou falar sobre os números da criminalidade. Quando chegar a altura certa prestarei esclarecimentos», começou por referir na sua intervenção e ainda antes de qualquer questão por parte dos deputados. O ministro informou que questionou o Secretário Geral de Segurança, nesta terça-feira, se já havia números concretos e este terá dito que «ainda não». «Como não existem dados concretos, não vou comentar apenas impressões», vincou.

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Para o ministro, a «primeira preocupação» continua a ser «o combate à criminalidade violenta» e é isso que o leva a orientar reacções, mesmo sem existirem números concretos em relação ao último trimestre de 2008. A sua intervenção versou, aliás, as medidas já anunciadas noutros momentos, sem qualquer novidade, admitindo que se tratam de objectivos para serem compridos a «médio e longo prazo», o que torna impossível a obtenção de resultados «no dia seguinte».

A oposição reagiu com surpresa a esta posição de não anúncio de números. Para o deputado Nuno Magalhães, do CDS-PP, considera que «em Fevereiro já existem mais do que tendências» e é óbvio que o ministro «já sabe se a criminalidade aumentou ou diminuiu». Aliás, o aumento já foi admitido pelo Procurador Geral da República, pelo Secretário Geral de Segurança Interna e pelo director da Polícia Judiciária do Porto. «O Sr. Ministro perdeu a oportunidade para esclarecer este assunto», advogou.

Onde estão os novos elementos operacionais?

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Uma das questões que marcou a comissão foi a dúvida sobre a colocação de 4800 não operacionais em actividades operacionais, que tinham sido anunciados pelo primeiro-ministro José Sócrates. Tanto o deputado Nuno Magalhães, como António Filipe (PCP) questionaram Rui Pereira sobre este assunto.

O ministro admitiu que a meta não foi atingida. «Na GNR foram transferidos 1330 militares, o que é algo que nunca se tinha conseguido, embora seja menos do que se estava à espera», referiu o ministro da Administração Interna. Quanto à PSP não avançou com números, dizendo que não os tinha presentes.

Finalmente, as mortes de dois jovens na Amadora, com uma arma da Polícia a ser disparada. A deputada do Bloco, Helena Pinto, queria saber se o tiro tinha surgido «em legítima defesa» e Rui Pereira foi esclarecedor: «É claro que a arma só pode ser disparada se utilizada contra alguém em legítima defesa própria ou alheia».

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